O Brasil e sua elite do atraso
A educação brasileira enfrenta desafios significativos, especialmente em termos de desigualdade de acesso, qualidade do ensino, inclusão social e financiamento público. A história da educação brasileira é marcada por rupturas e transformações, refletindo os dilemas enfrentados pela educação no país. A busca por soluções mágicas, como militarização e terceirização, ignora a complexidade do sistema educacional e os reais desafios enfrentados por professores, alunos e comunidades. O que precisamos é de uma educação transformadora que promova igualdade, justiça social e cidadania.
Uma educação que valorize diversidade, inclusão e participação ativa dos estudantes. Além disso, é essencial investir em professores qualificados, infraestrutura adequada e recursos tecnológicos. No entanto, ainda temos uma população com pouco acesso a essa educação. A Constituição brasileira garante o direito à educação (Art. 205-214), mas a falta de investimento em educação é um obstáculo para o desenvolvimento do país. Cidades que não priorizam a educação estão fadadas a olhar seu passado glorioso e chorar pelo futuro que se aproxima.
O Brasil e sua elite do atraso continuam a buscar milagres em todos os setores, incluindo a educação. Mas essa abordagem leva a um futuro de pouca prosperidade para os donos do poder e uma massa de famintos, a população marginalizada historicamente. Cidades que antes eram modelos de desenvolvimento fizeram escolhas desastrosas e retiraram a educação como prioridade. Hoje, estão cercadas por cercas elétricas e segurança 24h, símbolos do fracasso de políticas que não valorizam a educação.
Sem investimento prioritário nas escolas, nos professores e nos alunos, estamos condenados a enxugar gelo, remediando problemas que poderiam ter sido prevenidos. A sociedade paga caro pelo descaso, herdando uma geração alienada e sem garantias. É hora de invertar essa lógica, priorizando a educação como base para um futuro mais justo e próspero. O custo de não fazer isso é um preço que não podemos mais pagar.
Antonio Archangelo é professor, pesquisador, gestor e criador do Método Camões
Foto: Arquivo Agência Brasil/fonte: Agência Senado