O pesquisador aposentado da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Sebastião Barbosa, tomou posse nessa quarta-feira (10) como presidente da estatal, em cerimônia no Palácio do Planalto.
Ele assume o cargo ao fim do mandato de Maurício Antônio Lopes, que estava na função desde 2012.
Filho de agricultor sem-terra do interior de Minas Gerais, Barbosa terá a missão de conduzir a empresa pública de pesquisa em um período de restrições orçamentárias e financeiras e com mudanças no governo federal, com a posse de um novo presidente da República, em janeiro próximo.
Com um orçamento de pouco menos de R$ 4 bilhões, boa parte gasto com a folha de pagamento, o novo presidente defende novas formas de financiamento para a empresa, com recursos da iniciativa privada e organismos internacionais.
“Precisamos de recursos e entendemos as dificuldades pelas quais o país passa”, disse, contando que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por exemplo, já prometeu recursos para pesquisas da estatal.
A extensão rural e a aproximação da Embrapa com o setor produtivo também são projetos defendidos pelo novo presidente. Para isso, ele espera contar com parcerias, como a da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), além da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), prefeituras, sindicatos, federações e outras organizações de agricultores, sejam eles pequenos, médios ou grandes.
“Eles se somam. Os pequenos agricultores, principalmente os de base familiar, perdem competitividade no acesso à tecnologia, insumos e mercados. Somente pelo associativismo isso poderá ser superado”, garantiu.
A região do semiárido receberá prioridade, segundo Barbosa, já que abriga uma grande população pobre e é a mais impactada pelos efeitos das mudanças climáticas.
“Eu sou filho de agricultor sem terra de base familiar, entendo as agruras do setor e a Embrapa desenvolve tecnologias para todos. Quero dedicar atenção a essa gente brava que trabalha ali, que precisa sobreviver e participar da economia do país”, disse.
Para alcançar mais mercados, ele também quer desenvolver setores como o de leite e derivados, frutas e produtos florestais. “O mundo mudou, nossos consumidores vão exigir mais comida, fibra e produtos florestais diferenciados, mais baratos, modernos e produzidos com sustentabilidade social e ambiental”, explicou.
Por Agência Brasil