O câncer de próstata é o tipo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma, e é responsável por 28,6% das mortes na população masculina com câncer. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), um homem morre a cada 38 minutos em decorrência dessa doença.
Dados da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (SES) mostram um aumento nas mortes por câncer de próstata. Em 2023, foram registrados 3.475 óbitos, sendo 2.349 apenas de janeiro a agosto. No mesmo período de 2024, esse número aumentou para 2.407, crescimento de 2,5%.
O câncer de próstata envolve uma proliferação descontrolada de células que provoca alterações glandulares na próstata, órgão que produz o líquido que compõe o sêmen. A próstata tem um papel crucial na fertilidade, pois o líquido prostático é armazenado junto aos espermatozoides, que são produzidos nos testículos e armazenados nas vesículas seminais.
“Nos estágios iniciais, o câncer de próstata pode ser assintomático, o que ressalta a importância do diagnóstico precoce. Com a progressão, os sintomas mais comuns são dificuldade para urinar, presença de sangue na urina e diminuição do jato de urina. Na fase avançada, pode provocar dor óssea, ou, quando mais grave, insuficiência renal.”, explica o médico Luiz Antonio Bonetti Junior, urologista da Santa Casa de São José dos Campos.
Os principais fatores de risco incluem idade avançada, etnia negra, histórico familiar de câncer de próstata ou de mama, e obesidade. “A doença pode ter um impacto profundo na vida dos pacientes e de suas famílias, causando estresse psicológico, mudanças no convívio social e, em estágios avançados, limitações físicas”, explica o especialista.
“O diagnóstico precoce é feito por meio do exame de PSA (antígeno prostático específico) e do toque retal. Quando necessário, a ressonância magnética, devido à sua alta precisão, e a biópsia, para confirmação, são fundamentais. Detectado precocemente, o câncer de próstata tem uma taxa de cura de até 90%”, acrescenta.
O tratamento varia conforme o estágio da doença e as preferências do paciente, indo desde o acompanhamento ativo em casos menos agressivos até radioterapia ou cirurgias, inclusive cirurgia com auxílio de um robô, tecnologia que hoje possibilita uma recuperação mais rápida. Efeitos colaterais podem incluir, com menor frequência, incontinência urinária e impotência sexual, principalmente em pacientes com dificuldades prévias de ereção.
Neste mês, a campanha Novembro Azul visa aumentar a conscientização sobre a saúde do homem, especialmente no que se refere ao câncer de próstata. O objetivo é incentivar a realização de exames regulares e promover o autocuidado, abordando a importância do diagnóstico precoce. A ação busca desmistificar o tema e encorajar os homens a cuidarem de sua saúde.
“O autocuidado dos homens costuma ser menor do que o das mulheres, resultando em diagnósticos tardios e menores chances de cura. Para prevenir o câncer de próstata e promover a saúde é importante manter um peso adequado, evitar o consumo excessivo de álcool e tabaco, e adotar uma alimentação equilibrada, rica em frutas e fibras, e com menor quantidade de gorduras saturadas”, conclui Bonetti.
Foto: Divulgação/Governo Federal