No fundo, quero tudo o que odeio
Ser sozinho é diferente de se sentir sozinho. Entendi isso em uma fase da minha vida, e realmente, há diferenças. Mas isso importa?
Bem, tenho me sentido sozinho por muito tempo, e no começo, foi horrível. Parecia que tudo desabou em um instante, parecia que tudo e todos estavam distantes de mim. Mas com o tempo, esse pensamento sobre a solidão foi mudando, e por fim, tenho minha própria opinião.
Tudo é temporário, é isso que eu penso. Acho que tudo pode acabar em instantes, então acabo pensando apenas em mim. Parece um pensamento meio irônico, não é? Logo eu, Leonardo, aquele que sempre queria atenção…
Dessa forma, comecei a pensar muito em mim, nos meus sonhos, objetivos e etc. Logo, foco total neles, sacrificando muita coisa e parecendo um pouco tóxico para mim mesmo.
Sofri muito, mas ninguém sabe realmente disso, pois não consigo falar com ninguém. E está tudo bem, as coisas passaram, mas nunca vou esquecer, até porque eu mudei.
Não quero atenção de ninguém, estou bem, mas tudo realmente mudou. Tudo o que amava acabou, tudo o que queria acabou. Então o que me resta? Sim, só resta eu.
Apenas aceito a solidão, não posso fazer mais nada nessa questão. Penso que somos condenados a estar sozinhos, afinal, você pode ser deixado em instantes, não é assim?
Mas, no fundo, será que isso importa? Para mim, importa sim, pois mesmo aceitando, eu não queria que as coisas fossem assim. Dessa maneira, comecei a odiar muitas coisas, e sabe o mais engraçado? É que, no fundo, quero tudo o que odeio.
Texto escrito pela aluno Leonardo Cruz de Matos estudante da Escola Estadual Marciano de Toledo Piza, sob curadoria de Rafael Cristofoletti Girro, de Bryan de Souza Brasil, alunos da Escola Estadual Marciano de Toledo Piza, de Isabelle Gouveia de Almeida, de Maria Clara França Machado, de Henrique Martins Fernandes alunos do Colégio Eduq, de Giovanna Silva Ribeiro, e de Gabriela Dotta Misson alunas da Escola Estadual Chanceler Raul Fernandes, todos pertencentes à Rede Camões de jornais escolares. O texto tem caráter pedagógico.
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