Lewis Hamilton surpreendeu os torcedores brasileiros ao postar, na quarta-feira, que estava chegando ao Brasil. O britânico publicou um vídeo nos stories da aterrissagem do avião onde estava e escreveu: “Oi, Brasil”, acompanhado de um emoji de coração verde.
Hamilton participou do VTEXDay 2022, evento de inovação digital em São Paulo. O sete vezes campeão da Fórmula 1 deu uma palestra de uma hora, com o tema “De azarão a líder: como prosperar contra todas as probabilidades e se tornar um ícone global”.
“Acho que sou um pouco brasileiro”, disse o piloto, que revelou que só conhece São Paulo e Rio de Janeiro no País e que gostaria de vir para cá “no Natal ou Ano-Novo”. O britânico também falou sobre o brasileiro Ayrton Senna, seu ídolo.
Questionado sobre o que faria se estivesse em uma sala com Senna, o piloto da Mercedes respondeu: “Eu ficaria muito nervoso. Falaríamos sobre corrida e acho que isso seria o que nos conectaria mais.”
“Ayrton era o piloto que eu queria ser. Claro que, como todo garoto, eu jogava futebol, eu via futebol, via a seleção brasileira… Mas, quando voltava da escola, colocava um vídeo para ver o Ayrton. Fazia isso todo dia”, revelou para os cerca de 8 mil presentes.
“Quando Ayrton morreu eu estava correndo. Meu pai sempre foi um homem negro muito forte e não me deixava chorar. Então tive que me afastar por alguns instantes”, seguiu ele, dizendo também que “esperando meu passaporte brasileiro”.
“Só vim ao Brasil pela primeira vez em 2007. Quando vim aqui pela primeira vez, me senti próximo de Ayrton, eu o via em todos os lugares. Mas eu estava correndo contra o Felipe [Massa]. Não foi fácil naquele ano, mas eu sempre tive muito apoio aqui.”
“Os fãs são incríveis. Amo vocês. Quando dei aquela volta de celebração [no GP de São Paulo] e vi aquela bandeira na curva 10, parei e algo me impulsionou a pegá-la. Foi um momento de grande orgulho pra mim”, contou.
“É minha 16ª temporada na F1, mas tenho a mesma fome do começo, o mesmo foco em treinar, na saúde, no lado mental. Vocês podem não acreditar, mas tenho altos e baixos, dias em que acho que não sou bom o suficiente”, explicou ele sobre o campeonato de 2022 e a fase atual da carreira.
Hamilton falou ainda sobre as dificuldades no começo da carreira: “Meu pai chegou a ter quatro empregos para me manter no kart, para comprar gasolina, pneus… Eu corria todo fim de semana. Todas as outras crianças faziam o que crianças fazem, mas eu gostava de fazer aquilo (pilotar). O problema é que eu faltava nas aulas e era reprimido por isso. Mas não me arrependo dos sacrifícios. Hoje, quero ganhar a próxima corrida.”
“Eu sempre fui o único negro na equipe, nos boxes. Quando eu perguntava o motivo, nunca ouvi uma resposta satisfatória. Acho que eles não estavam realmente interessados em achar uma resposta. Fizemos este trabalho (de busca por diversidade no automobilismo) e já começamos a ver algumas minorias representadas no esporte. Meu objetivo é ver um esporte mais diversificado em 10 ou 15 anos. Sinto que esta é minha responsabilidade”, finalizou
Por E. Cortez / Foto: Joe Portlock/Formula 1