Os números são alarmantes, como mostra a 13ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O estudo divulgado recentemente aponta estatísticas relacionadas à violência como estupros, feminicídios, roubos e furtos, números relativos a armas de fogo e outros. Registra, ainda, a exposição à violência fatal em que os policiais do país estão sujeitos. Os dados trazem, por exemplo, o número de suicídio entre policiais.
Em 2018, 104 policiais cometeram suicídio. Para a pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que edita o anuário, Cristina Neme, o temor fica, muitas vezes, no risco da violência praticada por terceiros, porém, o suicídio está atingindo de forma grave este público e, infelizmente, não é levantado e enfrentado de forma global.
É ressaltado ainda que os fatores de riscos da profissão levam ao estresse ocupacional. “É um problema muito maior que, muitas vezes, é silenciado. Eles passam por dificuldades que outras pessoas podem ter, mas que, no caso do policial, esses problemas, quando associados ao estresse psicológico da profissão e do acesso à arma, podem facilitar esse tipo de ocorrência”, lamenta a pesquisadora em entrevista à Agência Brasil.
Segundo o levantamento, em 2018, 87 policiais morreram em confronto com o crime. Por outro lado, o número total de policiais militares e civis assassinados foi de 343 em 2018, sendo que 75% dos casos ocorreram quando estavam fora de serviço e não durante operações de combate à criminalidade.
PALESTRA PREVENÇÃO
O Seminário com foco na prevenção do suicídio aconteceu na tarde dessa terça-feira (10), na Câmara de vereadores de Piracicaba. O tema foi tratado dentro das atividades do Dia Municipal de Prevenção ao Suicídio na cidade.
Policiais militares do Trigésimo Sétimo Batalhão, com sede em Rio Claro, participaram do evento que trouxe palestras com a tenente-coronel da Polícia Militar, Valdira Ferreira de Lima, que abordou o tema “Suicídio: Quebrando tabus”. A palestrante também é voluntária na Cruz Vermelha, de São Paulo, psicóloga, especialista em gestão pública e dependência química e consteladora familiar.
A psiquiatra Graciela Marasca tratou o assunto “Suicídio: e agora, o que fazer?”. Os presentes conferiram ainda “A importância da escuta na prevenção do suicídio”, ministrada pela voluntária do Centro de Valorização da Vida de Piracicaba, Eliane Soares.