Nem sempre o tempo é sinônimo de qualidade
► Cautela! Não é porque tu faz algo há mais de vinte anos que tu faz bem! Qualidade, não quantidade. Em vários campos do mercado de trabalho vemos comentários do tipo: “Pode deixar comigo, não se preocupe; eu faço isso há mais de trinta anos”. É preciso tomar cuidado em achar que o tempo é sinônimo de qualidade.
► Até mesmo na vida, não é, necessariamente, porque certa pessoa é mais velha que outra em uma empresa, por exemplo, que ela saiba lidar bem com tudo. As pessoas cansam; mesmo se a pessoa gosta do que faz, ela tem o direito de se sentir cansada, afinal, passamos por percalços durante a vida, que podem nos fazer ter um outro olhar sobre aquilo que gostávamos.
► Há pessoas que pensam já ter vivido de todas as experiências por conta da idade, pensam ser o sábio chinês conselheiro dos mais novos, que indica o caminho a se seguir e que reza um Pai Nosso todas as manhãs, e por isso se acha santo. Enquanto na verdade não é bem assim. É claro que o tempo nos ensina muito, o tempo é realmente muito valoroso; mas para quem o sabe usar, para quem usa o tempo a seu favor, indo atrás e fazendo acontecer, para aqueles que sabem que não sabem tudo.
► Ao mesmo passo que nos ensina, o tempo pode nos dilacerar, tu não concordas? Trinta anos numa empresa e tu acha que a pessoa faz as coisas com o mesmo ânimo que na primeira semana? Não é à toa que as empresas trocam funcionários antigos por novos, fazem uma renovada, com funcionários de pensamentos mais jovens e menos cansados.
► Eu repito que nem sempre o tempo é sinônimo de qualidade. O tempo pode nos ensinar, mas também pode nos dilacerar, ou até mesmo os dois juntos! Portanto, é preciso que se reinvente, que possamos aprender coisas novas e o mais importante, saber que não sabemos.
► *Sabinadas é escrita por Kauhan Sabino, poeta e idealizador do Jornal Quincas Borba da escola Marciano de Toledo Piza, participante da Rede Camões desde 2020.
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