Com esse lema “Não é apenas cortar cabelo. É uma parada diferente”, o barbeiro Rogério Préu começou a levar muito mais que um serviço aos necessitados.
Assim, surgiu o projeto “Mãos que ajudam”. No começo, era só ele mesmo, foi crescendo e, hoje, conta com a média de 15 voluntários que percorrem entidades e bairros carentes de Rio Claro para levar um pouco do trabalho de cada um, mas, acima de tudo, como destaca, muito carinho.
“No início, ia sozinho nos asilos, comecei a pegar amor por eles, passei a ver que nesses lugares tinha a necessidade de afeto mesmo. Então, pensei em fazer algo que levasse mais amor para eles”, declarou.
A iniciativa acontece há dois anos. Os voluntários já percorreram o Hospital Bezerra de Menezes, Emaús, casas de recuperação, Apae, Asilo São Vicente, Caps e comunidades como o Bonsucesso. O serviço é oferecido até na rua para os que não podem pagar.
Rogério conta que o nome surgiu no ano passado, quando programava um workshop beneficente aos barbeiros que estavam começando na área. A inscrição era uma lata de leite em pó. Toda arrecadação foi convertida ao Grupo de Apoio à Criança com Câncer – Gacc. Em uma conversa com o profissional Eduardo Miller, conceituado em São Paulo, veio o nome para o evento e, assim, ficou registrado para programa voluntário também.
Entre os integrantes do grupo está a enfermeira Simone Oliveira, que viu a iniciativa do barbeiro e resolveu se unir, dando a ideia de ampliar o projeto. Hoje, ela ajuda na organização, agendamento dos eventos e fazendo maquiagem. “Eu fazia as ações e postava para incentivar e comover outras pessoas para que se sensibilizassem a fazer algo diferente também. Foi assim que Simone se tornou uma parceira. “O resultado tem sido muito positivo”, comemora o idealizador.
Préu deixa claro que para ser um voluntário, não precisa ser um profissional da área. Cada um oferece o que tem, tornando a rede cada vez mais forte e podendo ser levada para mais pessoas. A equipe já perdeu a conta do número de pessoas atendidas, mas, com certeza, ultrapassa a casa das 500. E haja depoimento emocionante que marca a vida de todos os integrantes. “Alguns relatam que estavam em depressão, que nem saiam do quarto e começaram a reagir, se alimentar melhor. Isso não tem preço”, relata Rogério.
O profissional e todos os integrantes são aquelas pessoas que fazem a diferença. Isso que ele busca mostrar, que é possível, com o seu dom, com o seu tempo, ajudar os que precisam, mas, na verdade, sair muito mais recompensado. “É muito gratificante saber que fazemos o bem para eles. Doar um pouco do nosso tempo.
É um combustível para gente também. É importante ver o sorriso de cada um. Não vamos somente para cortar cabelo, fazer uma maquiagem ou unha. Vamos realmente para levar amor, brincar com as crianças e com os idosos. Essa é nossa maior satisfação”, declara.