As mulheres desempenham um papel predominante no setor educacional do estado de São Paulo, ocupando a maioria dos cargos tanto em salas de aula quanto em posições de liderança. Dados da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) indicam que, em 2022, dos 242.878 servidores, 175.654 são mulheres, representando 72% do total. Especificamente, 71% das direções escolares são ocupadas por mulheres, totalizando 3.579 diretoras, e nas salas de aula, há 141.921 professoras.
Em âmbito nacional, a tendência se mantém. Segundo o Ministério da Educação (MEC), em 2024, 2,4 milhões de docentes atuaram na educação básica, sendo que 79,5% (1,9 milhão) eram mulheres. Além disso, o censo registrou mais de 144 mil profissionais em cargos de direção, sendo 81,6% (cerca de 117 mil) diretoras.
A professora Soraia Pessoa Vieira, diretora escolar em Rio Claro, compartilha sua perspectiva sobre essa realidade. “O impacto da presença feminina na educação básica é bastante significativo, marcado por suas habilidades e talentos, voltadas para o atendimento de necessidades e inovações no papel que exercem.”
A predominância feminina na educação pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo a tradição histórica e a associação cultural do papel da mulher ao cuidado e à educação. “A priori, no magistério, seu papel estava atrelado ao seu instinto maternal, sendo reconhecida como portadora de facilidades para o ato de ensinar. Porém, hoje, as mulheres representam a maioria dos profissionais da educação, nos diferentes segmentos, fato que acredito estar atribuído à acessibilidade, cultivo de memórias e identidades, uma vez que várias delas tiveram avós, mães e tias professoras”, destaca Soraia.
Além disso, a faixa etária das profissionais também é significativa. A maioria das mulheres atuantes na educação tem entre 40 e 49 anos, representando 35,2% do total. Esse padrão etário é consistente em todas as etapas de ensino, refletindo a experiência e a maturidade das educadoras em atividade e também nos cargos de comando.
A professora Soraia acrescenta: “Como diretora enxergo a importância da mulher nos cargos de gestão nas escolas como um respeito às igualdades. Participam de grandes decisões, superam desafios e conquistas com muito dinamismo, competência e coragem”.
Para o professor e diretor do CPP (Centro do Professorado Paulista) Rio Claro, Moacir Rossini, a expressiva participação feminina nos diversos níveis da educação paulista e brasileira destaca a importância das mulheres na construção e condução do sistema educacional. “Por isso, aproveito para parabenizar todas as profissionais que executam tão bem seu papel na formação acadêmica e cidadã dos estudantes”, destaca.
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