Elis Regina Paes, de 33 anos, assassinada na noite de terça-feira (28), foi sepultada às 16h30 de ontem (29), no Cemitério Municipal São João Batista. O crime foi registrado em uma casa localizada na Rua 15 com a Avenida 42, no Parque Universitário, por volta das 22 horas. A vítima foi atingida por pelo menos dois tiros que atingiram as costas e a cabeça da mulher.
Segundo informações do Boletim de Ocorrência, o homicídio aconteceu após uma discussão. Testemunhas relataram à polícia que a mulher chegou com um homem em um carro Vectra, teria ocorrido uma discussão e, em seguida, os tiros foram ouvidos. Segundo as investigações, a mulher tinha envolvimento com drogas e seria garota de programa.
O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Rio Claro. A vítima foi identificada. Parentes compareceram ao local, porém, ninguém possuía documentos de Elis, portanto, o corpo foi liberado após alguns procedimentos e velado no Velório Municipal.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
O assassinato da mulher foi registrado como homicídio qualificado e não como feminicídio. A advogada e coordenadora da 2ª Coordenadoria Regional da Mulher Advogada da OAB/SP, Ionita de Oliveira Krügner, explica o que difere um do outro. “Feminicídio é uma qualificadora do crime de homicídio aplicada aos casos de morte de mulheres por razões da condição de sexo feminino.
É necessário que o crime esteja envolto à violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Importante a observação entre possível relacionamento entre autor e vítima, se teve ou não uma relação afetiva com o homicida (atual ou passada)”, esclareceu.
Sobre o crime contra Elis, a advogada salienta. “Haverá de ser analisada toda circunstância. O fato isolado de ela ser garota de programa não exclui essa qualificadora”, observou.
No caso de feminicídio, a pena é de 12 a 30 anos de reclusão. Homicídio simples, de seis a 20 anos.
INVESTIGAÇÕES
Este é o 11º homicídio registrado em Rio Claro. Até o fechamento da edição, a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) seguia realizando diligências para chegar até o autor.
Em nota, a Delegacia Seccional informou que foi instaurado Inquérito Policial pela DIG de Rio Claro. Foram coletadas impressões digitais da vítima para confirmação de sua identidade junto ao Instituto de Identificação de São Paulo, uma vez que ela não portava documentos e seu nome, Elis Regina Paes, foi fornecido por uma testemunha, dono do imóvel onde ocorreu o crime.
Essa testemunha disse que Elis frequentava sua casa, mas vivia mais em barracos nas imediações do bairro. E ainda que ela chegou no local com um homem desconhecido, e ambos começaram a discutir. Em dado momento, a testemunha ouviu quatro disparos de arma de fogo. A vítima foi atingida por um ou mais disparos pelas costas. O autor ainda não havia sido identificado.