O ciclo da água está diretamente ligado ao clima. E as mudanças climáticas cada vez mais extremas e frequentes alteram o regime de chuvas e afetam a quantidade e a distribuição da água em todo o mundo. Com isso, a oferta desse recurso hídrico se torna cada vez mais escassa, quando não mais poluído, ameaçando o suprimento para a população.
“Dado que apenas 0,5% da água da Terra é doce e está disponível para consumo, as mudanças climáticas consistem em uma grande ameaça a esse recurso, já que vêm afetando e alterando a maneira como as pessoas interagem com a água”, alerta a ONU (Organização das Nações Unidas).
Em janeiro deste ano, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) lançou a primeira edição do estudo Impacto da Mudança Climática nos Recursos Hídricos do Brasil. Segundo o relatório, a disponibilidade hídrica pode cair até 40% em regiões hidrográficas do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sudeste até 2040.
De acordo com a agência, a situação pode piorar ainda mais se nada se for feito para diminuir as emissões de gases de efeito estufa, oriundos da queima de combustíveis fósseis. Isso exige envolvimento de toda sociedade, e também das indústrias.
O município de Rio Claro não tem problemas sérios de abastecimento, mas isso não significa que o uso consciente da água por parte da população não seja necessário. “Nenhum esforço será suficiente se não iniciarmos agora uma mudança em nossos hábitos. Praticar o uso consciente não significa deixar de usar a água, mas repensar as suas formas de utilização. Evitar desperdícios e reduzir o consumo sempre que possível são atitudes que poupam água potável do planeta e ajudam a preservar os mananciais”, comenta Sergio Ferreira, o superintendente do Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgoto).
Conforme a autarquia, no momento, o abastecimento de água está normal no município para esta época do ano, apesar das chuvas estarem abaixo do esperado. Segundo o Daae, choveu menos neste início de ano que no mesmo período do ano passado.
Levantamento feito pelo Ceapla (Centro de Análise e Planejamento Ambiental) da Unesp (Universidade Estadual de Paulo), campus de Rio Claro, aponta que o acumulado de chuvas de 22 de dezembro de 2023 até 19 de março de 2024 foi de 453,3 milímetros (mm), quando o esperado era de 707,7 mm. Isso sem contar as temperaturas elevados que aumentam o consumo de água. Por isso todo cuidado é pouco.
Segundo o Daae, a vazão dos rios que abastecem o município está normal, mas tende a diminuir por conta das altas temperaturas e das poucas chuvas. A autarquia lembra ainda que em breve terá início o período de estiagem quando o nível dos rios tende a baixar. “Com estiagens cada vez mais severas, é necessário estabelecer novos hábitos, evitando desperdícios para preservar os mananciais e garantir o abastecimento em momento de crise hídrica mundial”, conclui.
Por Redação DRC / Foto: Divulgação/Prefeitura