O município de Rio Claro registrou a primeira morte causado por leptospirose, doença transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados pela bactéria leptospira. O óbito foi confirmado pela Vigilância Epidemiológica, órgão da Fundação Municipal de Saúde. De acordo com a autarquia, a vítima é um homem adulto e a causa da morte foi confirmada por exames.
Diante da ocorrência, a Fundação de Saúde alerta a população sobre os riscos provenientes de conta com água de enchentes. “Nesta época de chuvas a Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro alerta que é preciso redobrar cuidados com doenças que podem ser contraídas por meio de contato com água de enchentes. Entre estas doenças estão leptospirose, diarreias virais e bacterianas e hepatite A”, diz em nota encaminhada à imprensa.
A médica infectologista Suzi Berbert, diretora de Vigilância em Saúde, afirma que a leptospirose merece um cuidado maior. “Devemos dar especial atenção à leptospirose pelo potencial de desenvolvimento de formas graves da doença em alguns casos”, explica.
Conforme a Fundação de Saúde, a leptospirose se apresenta em duas fases clínicas: a fase precoce, como uma doença febril inespecífica, e a fase tardia, que só acontece em cerca de 15% dos pacientes, com manifestações ictero-hemorrágicas e maior gravidade. “O histórico epidemiológico, ou seja, constatação de contato com alagamentos, é fundamental para identificação e triagem de possíveis casos da doença já na fase inicial e início do tratamento indicado”, conclui.
Transmissão e orientações
As águas de enchentes podem estar contaminadas com urina de ratos, o que aumenta o risco da transmissão da leptospirose. O contato com estas águas ou ingestão de alimentos contaminados por elas, facilitam a penetração da leptospira spp, bactéria responsável pela doença.
Os sintomas podem aparecer até 30 dias depois da exposição à situação de risco, mas normalmente aparecem entre 7 e 14 dias depois. Entre os principais sintomas estão febre, dor de cabeça, dor muscular, falta de apetite, náuseas e diarreia. Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco. A automedicação não é indicada.
Tratamento
Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento com o uso de antibióticos deve ser iniciado no momento da suspeita. Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial, mas, nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade. A automedicação não é indicada. Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco.
Por Redação DRC / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil