A situação envolvendo a falta de asfalto no município gera inúmeros problemas para os moradores.
Dificuldade de locomoção, já que a cada chuva novos buracos surgem, e poeira são o cotidiano da população afetada. Muitos, inclusive, reportaram problemas respiratórios em função da poeira.
Ricky Neves, morador do Nova Rio Claro, declarou que mesmo acostumado às condições do local, percebe muitas dificuldades que população local sofre. “Para pegar um ônibus, por exemplo, a pessoa precisa andar de 100 a 200 metros.
Em dias de chuva, tem que sair com sacolinha no pé”, conta. Neves relatou que em dias de sol a poeira se alastra com o intenso tráfego de veículos. “Era para ter asfalto há muito tempo”, destaca.
O morador José Mendes relata que o problema se arrasta há mais de 30 anos. “Em época de eleição, os políticos fazem muitas promessas, mas quando passa nosso bairro fica esquecido”, diz.
DIFICULDADES
A reportagem percorreu o bairro na manhã desse sábado (16) e um pequeno chuvisco prosseguia insistente. A viatura do Diário do Rio Claro teve grande dificuldade para adentrar ao bairro devido à lama e aos buracos provocados pela chuva. Depois de um tempo de trajeto, o Centenário encontrou a comerciante Maria Vilani. “É daqui para pior. Hoje está chovendo pouco. Mas nossa vida é: dia de chuva, lama. Dia de sol, poeira”, reclama.
A comerciante diz que é difícil conviver com as dificuldades do local. “Esse é um dos únicos bairros da cidade sem asfalto e não somos um bairro novo”, argumenta. Questionada sobre a taxa de contribuição de melhoria, foi enfática: “Se for um preço justo para o morador, não temos problemas em pagar. Inclusive, isso é o certo. Os outros bairros de Rio Claro também pagaram”.
Valdir Carneiro concorda e acredita que se for para beneficiar o bairro com asfalto, desde que com uma taxa acessível, os moradores não se importarão de pagar. “Se for um valor justo, não vai fazer diferença no bolso do comerciante, tampouco do trabalhador. Só não pode ser um valor abusivo”, esclarece.
Carneiro também é comerciante no bairro e destaca que em dias de chuva o movimento é afetado e os rendimentos do estabelecimento são prejudicados. “Atrapalha tudo. Ninguém quer sair de casa e chegar sujo no passeio. Atrapalha muito nosso fluxo de clientes”, destacou ao lembrar que seu estabelecimento sofre igual à Avenida Rio Claro em dias de alagamento, mas destacou que não há o mesmo escoamento: “aqui a água fica”, frisa.
ACESSIBILIDADE
A moradora Vânia Maria de Almeida relatou que, devido às condições das ruas, é frequente pessoas se machucarem. “Teve uma moradora que recentemente caiu e se machucou. Teve que colocar pino no tornozelo por ter escorregado em uma dia de chuva”, conta.
Ela também acredita que se a taxa for justa, nenhum morador deve reclamar. “Tem que ser uma taxa pequena, porque aqui as pessoas são humildes”, opina ao lembrar que o problema se agrava quando o cidadão é deficiente. “Sou deficiente e é um problema me locomover no bairro”, diz.
Suzilene Aparecida da Silva foi mais crítica: “não dá para andar nem a pé, imagina de cadeira de rodas, muleta, essas coisas”. Ela reforçou o grande número de buracos, a lama e a poeira, mas destacou que se a taxa surtir efeito, não vê problemas em pagar. “Se passar na frente da minha casa, eu pago”, enfatizou.
A opinião é compartilhada pelo comerciante Edilson Vieira Lopes, que relatou problemas como a água das chuvas invadindo residências no bairro por falta de sistema de escoamento e asfalto. “Com certeza se passar na minha rua, vou pagar”, esclarece.
Luzinete Gomes Mendes, moradora do Bom Retiro, destacou que sua região sofre problema semelhante. “Saindo do Bom Retiro a caminho do Novo Wenzel, temos um trecho sem asfalto. Não é muito grande, mas é uma via de acesso”, conta.
De acordo com ela, seu filho sofre todos os dias com as condições do local. “Ele trabalha de bicicleta e quando chove é muita lama e quando é seco sofre com o pó”, diz.
Luzinete contou ao Centenário que foi vítima de um acidente devido às condições do local. “Teve uma ocasião que estava indo ao médico e caí dentro de um buraco. Não me machuquei, mas tive que voltar para casa, pois era um dia de muita lama”, lembra.
Ela também concorda com a taxa, mas arremata: “tem que ser uma parcela acessível, se não os moradores não vão conseguir pagar”.
“Se for um preço justo para o morador, não temos problemas em pagar. Inclusive, isso é o certo”
“Se for um valor justo, não vai fazer diferença no bolso do comerciante, tampouco do trabalhador”
“Tem que ser uma taxa pequena, porque aqui as pessoas são humildes”
“Se passar na frente da minha casa, eu pago”
“Com certeza se passar na minha rua eu vou pagar”
“Tem que ser uma parcela acessível, se não os moradores não vão conseguir pagar”
Já pagamos IPVA, IPTU, licenciamento do veículo, que não e nada barato, o mínimo que teríamos que ter era asfalto de qualidade nas ruas, cobrar por isso e um absurdo!