Na noite dessa quarta-feira (10), os moradores da colônia Fazendinha, da Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade (Feena), realizaram manifestação em frente ao Fórum de Rio Claro pela permanência das famílias no local.
Em um processo de reintegração de posse que tramita desde 2006, quatro anos depois da incorporação do horto pelo Estado e transformação em uma unidade de conservação ambiental e patrimônio histórico, a justiça decidiu que os moradores devem deixar o local.
Em entrevista ao Centenário, a líder da comunidade de Fazendinha, Maraize Henrique, esclareceu que até o momento três famílias receberam a notificação do oficial de justiça. “Todos terão que sair, mas até agora somente três famílias receberam a notificação”, disse.
De acordo com Maraize, a manifestação pede a regularização das famílias no local. “Queremos a permanência no local. Muitos de nós não têm para onde ir”, diz.
Ela conta que diversos animais abandonados também receberam acolhimento da comunidade. “São pelo menos 100 cães, além de galinhas e outros bichos que foram abandonados na Floresta e nós cuidamos”, diz.
A líder, filha de ferroviário e que vive no local há 40 anos, afirma ainda que as famílias ajudam na manutenção da Feena. “Nós queremos preservar a floresta e a memória histórica no lugar. A parte que cabe ao Estado está abandonada, eles não cuidam”, argumenta.
Vale destacar, por exemplo, que uma casa que foi desocupada em 1998, no acesso ao lago, demonstra o descaso do governo do Estado com a manutenção do local. Telhas caindo, matagal e deterioração estão evidentes.
Termo de prorrogação de prazo deve ser enviado ao governo do Estado, diz vereadora
A vereadora Carol Gomes (PSDB), que acompanhou a manifestação, informou ao Centenário que reunião foi feita com membros do Executivo e Legislativo na tarde dessa quarta-feira (10).
De acordo com a tucana, ficou decidido que tanto prefeitura quanto a Câmara vão apresentar um termo de prorrogação de prazo de seis meses ao governo do Estado. “Essa medida tem como objetivo dar para as famílias mais tempo para se organizarem”, explica.
MORADIA
Ela diz ainda que outras medidas, de ordem social, também estão sendo analisadas pelo poder público. “Em reunião com o secretário de Habitação e secretaria de Ação Social, discutimos questões de moradia para essas pessoas”, conta.
MANIFESTAÇÃO
Na manifestação, a parlamentar contou aos moradores os resultados da reunião e destacou que a luta está apenas começando. “O processo na justiça já está transitado em julgado, então, não tem mais como reverter a reintegração. Mas vamos trabalhar na questão política, para que vocês permaneçam no local, pois vocês ajudam na conservação da floresta. Vamos apresentar proposta no sentido do Estado ceder o espaço com a contrapartida da conservação. A luta está apenas começando”, disse.
CIENTE
Líder dos moradores da colônia Fazendinha, Maraize disse à reportagem que as famílias sabem do processo judicial e pede mais empenho do prefeito e dos vereadores. “Nossa causa agora é política e não mais judicial.”, finaliza.