A área é espaçosa e bem centralizada no bairro.
Segundo os entrevistados, o local também já foi bem utilizado pela população, que foi se afastando aos poucos por conta da falta de manutenção. Em visita à Lagoa Seca do Cervezão, é possível constatar o abandono relatado pelos moradores. Diversos problemas são visíveis e eles nem conseguem enumerar ou citar qual o mais grave. Em um dos quadros de energia, os fios e tomadas estão soltos para fora, oferecendo risco de choques. De acordo com os poucos frequentadores, a iluminação não existe.
Quadras danificadas sem os equipamentos necessários, academia ao ar livre com equipamentos quebrados. Em um dos pontos da Lagoa, um espaço que deveria ser o parquinho, porém, brinquedos não existem e, os poucos que restaram, estão sem condições de uso, ao lado um banheiro desativado com janelas quebradas.
“Três brinquedos foram tirados daqui já faz muito tempo, disseram que iam reformar, mas nunca foram devolvidos. Como as famílias vão trazer as crianças aqui? Quem mora em regiões afastadas, não tem condições de ir até a praça Dalva de Oliveira, onde fizeram um parquinho”, alegou o administrador do campo que fica na Lagoa Seca.
Outra queixa das pessoas que utilizavam o local para lazer é o barracão onde existia lanchonete e campo de bocha. As telhas estão danificadas, banheiros sem torneiras, pias e fechaduras, bebedouros também sem condições de uso e com apenas uma torneira.
“Não tem nada que presta mais. Antes, tinha atividade, agora, não tem condições de vir aqui, o campo de bocha está com tudo quebrado”, lamentou o ajudante de pedreiro, Luiz Carlos de Jesus.
Eles disseram que toda área não recebe manutenção há quase oito anos. “Dizem que não tem dinheiro, mas por que só para cá que não tem e não fazem nada? Se dessem condição da área ser bem ocupada pela população, não estaria assim”, diz André, que também é diretor do time de futebol Família CVZ e que administra o campo.
Ele conta que, além do campo, o único local que é utilizado é quadra, com atividades de projetos. “No campo, ninguém mexe, todo mundo respeita, porque estamos cuidando. Nós mesmos fazemos manutenção”, declarou. O comerciante Vanderlei dos Santos Machado também lamenta a situação. “Os alambrados também estão danificados, não tem manutenção em nada já faz muito tempo, ficamos, sim, indignados de ver desta forma”, relata.
Segundo André, um pedido já foi feito para que eles pudessem administrar a área. “A gente solicitou, mas foi negado, estamos buscando, pois queremos tudo certinho. Inclusive, já temos parceiros que querem investir e ajudar a revitalizar, mas estamos aguardando a prefeitura autorizar”, esclareceu.
MORADOR DE RUA QUEIMADO
Há poucos dias, atearam fogo em um morador de rua dentro de um dos banheiros que fica na Lagoa Seca. Os sanitários estão sem condições de uso e acabam sendo ocupados por quem vive na rua. O homem, de 42 anos, estava dormindo no local quando foi atingido.
O irmão relatou o fato ao Diário do Rio Claro. “Eu fiquei sabendo no outro dia. Ele foi socorrido pelo Samu, mas agora está com a orelha queimada e perdendo um dos dedos da mão”, contou o aposentado José Primo de Oliveira, que acolheu o irmão, porém, a vítima faz uso de bebidas alcoólicas e necessita de tratamento.
Na data do ataque, como relataram os entrevistados, a vítima acordou com o corpo já em chamas. Assustado, saiu correndo e, em seguida, foi resgatado pelos profissionais do Samu. Segundo os relatos, o acusado seria um adolescente que não foi localizado. Duas semanas antes, uma outra ocorrência: a mesma vítima foi esfaqueada após uma briga entre os que estavam no local.