Uma das moradoras mais antigas de Rio Claro morreu aos 107 anos na manhã dessa segunda-feira (4), em sua casa no Centro, local onde sempre viveu desde que veio para o município. Com trajetória longa e de muitas experiências, deixou ensinamentos e sabedoria para mais de quatro gerações. Luisa Fontanetti Antonelli nasceu no dia 15 de abril de 1912, em Analândia, época em que a cidade ainda se chamava Anápolis. Mas foi em Rio Claro que construiu praticamente toda sua vida. Morou no município por mais de 90 anos. Teve seis filhos, dez netos, 14 bisnetos e quatro tataranetos. Era viúva de Pedro Antonelli.
A família contou ao Diário do Rio Claro que, apesar da idade, a dona de casa não ficou parada no tempo: era evoluída e acompanhava as mudanças do mundo. “Ela sempre dava muitos conselhos, mandava a gente estudar, se formar, e dizia ainda: ‘casar, só se der e quiser’”, relatou a bisneta Juliana Marques Lopes.
Entre os objetivos de sua vida, pensar no próximo e torcer pela felicidade e realizações dos membros da família. Este também era um dos segredos da longevidade. “Ela sempre tinha um objetivo: ver neto se formar, depois outro neto casar, depois o bisneto nascer, e assim seguia. Alcançou muitos de seus desejos. Todos nós somos realizados”, contou Juliana.
Porém, a bisneta destaca que, entre os principais ingredientes para se viver tanto tempo, e o melhor, consciente e saudável, estavam a paciência, amor e tranquilidade. “Ela tinha um amor por todos, inclusive pelos que chegavam, como os maridos e esposas. Tratava a todos por netos e bisnetos como se dela fossem”, comentou ao Centenário.
Ainda com boa saúde, o passatempo preferido era fazer amarração nas toalhas, conhecido como macramê. Fazia questão de presentear com a sua arte. Todos da família têm uma toalhinha feita por ela. “Ela adorava também ver as crianças saindo da escola Koelle, morava ali pertinho, deitava na rede da varanda e ficava vendo o movimento. Em outros momentos, se dividia em cuidar da hortinha e assistir a missa na TV”, destacou Juliana.
Uma das lembranças mais saudosas é que dona Luisa adorava receber visitas e assim acontecia em diversas datas, principalmente nas festivas, como em seus aniversários. O de 107, em abril, não passou em branco, teve bolo, parabéns e muitas pessoas presentes.
A família se despediu, mas em vida demonstrou os mais sinceros sentimentos a ela. “Deixou muitas alegrias. A pessoa mais doce que eu já conheci. Me inspiro muito nela”, disse a bisneta Juliana.