O Natal costuma despertar nas pessoas a solidariedade, o amor ao próximo, aquela vontade de ajudar quem mais necessita, sem esperar nada em troca.
Trata-se de um período realmente diferenciado, em que o amor costuma ser mais evidenciado se compararmos a outras épocas do ano. Inúmeras ações filantrópicas são realizadas, o que contribui para que muitos possam ter um 25 de dezembro mais digno, mais feliz. São ações louváveis e admiráveis. Há, por outro lado, pessoas que praticam o bem sem distinção de data, sem cessar, ano após ano. É o caso de Maria José dos Santos Mina, 82 anos, que realiza inúmeras ações beneficentes. O Diário do Rio Claro tem o prazer de contar um pouco a respeito do trabalho por ela desenvolvido.
Maria José, em 1995, quando da fundação do Gacc
Maria José relata que tudo começou na década de 90. De acordo com ela, o início se deu a partir de uma festa junina denominada “Amigos do Quarteirão”, no bairro Vila Paulista. “Foi assim no princípio. Como as festas se tornaram famosas, decidimos doar todo dinheiro e alimentos arrecadados para entidades que cuidavam de pessoas com câncer”, descreve.
Zezé, como prefere ser chamada e, inclusive, solicitou à reportagem que assim fosse, conta que foi deste modo por um bom tempo, até que foi convidada por um médico especializado em Oncopediatria a conhecer um projeto que dava apoio às crianças com câncer e às suas famílias também. “Reunimos os voluntários, todos muito animados, dando início ao Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC). Por intermédio do McDia Feliz, por cerca de dez anos e com apoio de empresas, atendemos muitas crianças e adolescentes de Rio Claro e região. Um projeto que mudou muitas vidas”, garante.
Junto aos netos, suas paixões
“Sem projetos e metas, não chegaríamos em lugar nenhum”, relembra a fundadora do GACC Rio Claro. Conforme Zezé, em 2007, outros objetivos surgiram. “Fui morar em Goiás mas, mesmo residindo lá, nunca deixei de ajudar a quem precisava. Como adoro Rio Claro, em 2012 voltei e, logo em seguida, comecei a ajudar asilos e nosso grupo de voluntários foi crescendo”, rememora.
Já em 2016, relembra que estava ajudando em um bingo em prol do Hospital de Amor de Barretos e foi convidada pelo Dr. Luiz Fernando e sua equipe a ser a coordenadora de Rio Claro. “Mais uma vez, reuni meus amigos voluntários porque, sem eles, não sou nada, e contei sobre a nova missão de ajudar o Hospital do Câncer. Todos toparam e logo realizamos a primeira Caminhada ‘Passos que Salvam’. Este ano, foi concretizada a terceira edição em Rio Claro (no dia 25 de novembro). Foram comercializados 1.009 kits de camisetas, cuja arrecadação foi inteiramente destinada para o hospital. Fechamos 2018 com chave de ouro”, comemora.
Em uma das edições da caminhada Passos que salvam
Atualmente, Zezé está engajada também em um projeto cujo propósito é detectar sinais e sintomas do câncer infantojuvenil para que as crianças cheguem a tempo para o devido tratamento. “Minha vida é feita de metas. Deus sempre está comigo nessa luta. Minha família fica doida, pois não paro. Sou mãe, avó, esposa e filha. Amo muito minha família”, salienta bem-humorada.
Aos 86 anos, Zezé garante que seguirá fazendo aquilo que mais gosta: o bem ao próximo. “Todos temos uma missão. Se você não descobriu, a sua vida passa vazia”, finaliza.
