De acordo com projeção da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC), até 2030, câncer será a principal causa de morte em todo o mundo – anualmente, 9,6 milhões de pessoas em todo o globo perdem vida em decorrência da doença.
Para prevenir o avanço desses números, o diagnóstico precoce é importante para evitar que as células cancerígenas espalhem-se para outras regiões do corpo, as chamadas metástases, estágio mais avançado. Contudo, no Brasil, 40% dos casos são identificados já em fases mais graves. Neste caso, a medicina nuclear é ferramenta importante para precisão e agilidade diagnóstica e terapêutica.
A especialidade, que utiliza materiais radioativos em baixas doses para proporcionar diagnósticos cada vez mais assertivos, tem entre suas ferramentas na investigação de metástases a tomografia por emissão de pósitrons (PET/CT). Por meio deste exame, se avalia a presença de lesões metastáticas e se detectadas permite a realização de biópsias, possibilitando que o tratamento contra a doença tenha maior eficácia e acurácia.
“O procedimento permite visualizar a fisiologia humana por meio da concentração dos radiofármacos utilizados nos exames. As células cancerígenas precisam se reproduzir rapidamente, o que aumenta seu consumo de energia; o exame de PET/CT aproveita desta característica para reconhecer se o câncer foi disseminado para outras estruturas do organismo”, explica Juliano Cerci, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).
O PET/CT é um dos exames mais avançados no que tange o diagnóstico de câncer. “Ele pode alterar a forma de tratamento em cerca de 30% dos pacientes com câncer colorretal, principalmente ao detectar massas extra-hepáticas, por exemplo, que não são captadas nos exames tradicionais como tomografia e ressonância”, cita Cerci.
A medicina nuclear é amplamente utilizada para identificar a metástase óssea, inclusive, encontrando-a antes mesmo de manifestar quaisquer sintomas. Entre os tumores mais comuns que se espalham para os ossos, destacam-se o de mama, de pulmão, de próstata, de tireoide e de rim
INCA
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pulmão é o segundo mais comum no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele do tipo não melanoma. A previsão do instituto é de que em 2019 sejam diagnosticados mais de 31 mil novos casos de câncer de pulmão no País. E o principal vilão responsável pela alta incidência desse tipo de tumor é o tabagismo.