Nessa segunda-feira (12), os vereadores ampliaram a discussão do número de leitos que o SUS dispõe em Rio Claro – que, conforme publicado no último domingo (11), no Centenário, caiu de 1994 até 2019 -, além de terem frisado a necessidade da Santa Casa assumir o PSMI, que atualmente é de responsabilidade da prefeitura.
Os parlamentares também reforçaram a discussão acerca da redução dos salários dos médicos para o teto constitucional e que deve ser aplicada já no quinto dia útil de setembro deste ano.
“Sabemos que tem muito médico bom e muito médico ruim. Muitos que eu vou nas UPAs e vejo chegando atrasados, tratando mal paciente. Tenho uma notícia muito boa para a população. Que é a redução das horas extras dos médicos. Uma economia de mais de R$ 2 milhões que a Fundação de Saúde vai fazer e poder investir em outros lugares. Sempre fui a favor daqueles que trabalham e contra aqueles que são folgados e não fazem jus ao salário.
Nenhum médico vai ganhar acima do que manda o Tribunal de Contas e o Ministério Público, que é R$ 19 mil por mês. E isso acho extremamente justo”, enfatizou a vereadora Carol Gomes (PSDB) ao citar reportagem publicada pelo Diário e que mostrou que somente as horas extras da Saúde em junho custaram aos cofres públicos R$ 1,2 milhão.
PSMI
Ney Paiva (Democratas) comentou sobre o custo do Pronto Socorro Municipal Integrado (PSMI) ao município, que a secretária de Saúde, Maria Clélia Bauer, disse ao Centenário no domingo (11) que deveria ser arcado pela Santa Casa. “Muita gente cobra a Fundação, o prefeito e temos que fazer isso realmente. Mas também temos que cobrar a Santa Casa.
Muita gente deveria saber que Rio Claro é a única cidade do Estado de São Paulo que não tem pronto-socorro. O pessoal fala do PSMI que tem que ser levado lá, tenta achar vaga para internar alguém lá, mas não tem leito. Hoje estamos com 60 vagas de leitos. Araras tem 180 e Limeira tem mais de 200. Por que Rio Claro tem só 60?”, disse o vereador.
Paiva também destacou que os maiores salários pagos para médicos estão concentrados no PSMI. “Quem recebe os maiores salários é o PSMI. Hoje, nós pagamos R$ 1.8 milhão por mês para manter o local, que é uma obrigação da Santa Casa. Teríamos que conversar sobre esse assunto e também cobrar a Santa Casa para fazer a parte dela”, cobra.
Seron do Proerd (Democratas) enfatizou que a entidade não assumiu a obrigação e disse que pode perder a filantropia. “Eles devem assumir. É uma obrigação. Se não assumirem, vão perder a filantropia”, diz.
Por fim, o presidente da Casa, André Godoy (Democratas), explicou que a entidade filantrópica está em pauta por ser o hospital de regulação do município e é quem recebe o recurso SUS. “Poderia ser outro hospital. Mas hoje é a Santa Casa. Por isso todo o trabalho que está sendo feito para que o hospital de regulação assuma o PSMI. A porta de entrada do hospital é para a Santa Casa. Nada contra a entidade, que tem um histórico de trabalho pela cidade, mas existe uma regra e tem que ser respeitada, a lei obedecida.
Hoje, o hospital de regulação é a Santa Casa e é ela quem deveria assumir a porta de entrada, que é custeada integralmente pela prefeitura”, finaliza.
ENCERRADA
A sessão da Câmara foi encerrada pela presidência da Casa depois de uma discussão entre os vereadores Seron do Proerd e Rafael Andreeta (Democratas). Os parlamentares não chegaram às vias de fato, mas discutiram sobre nomeações em cargos, representações no Ministério Público e posicionamentos em votações do Legislativo. Enquanto o democrata utilizava a palavra, o petebista interrompeu e ambos passaram a discutir nos microfones.
Depois do término dos trabalhos, a reportagem ouviu o presidente da Câmara, André Godoy, que destacou que houve desrespeito ao Regimento Interno e ao Plenário. “É necessário que exista respeito. Como não houve esse comportamento, achei por bem encerrar a sessão”, se posicionou.