Mata ciliar é um termo amplamente empregado por todo o Brasil, tanto em textos técnicos ou acadêmicos, quanto em reportagens para o público em geral, referindo-se às vegetações florestais que acompanham diversos cursos d’água, nascentes e reservatórios.
A mata ciliar recebe este nome devido à sua principal função, pois, assim como os cílios protegem nossos olhos, elas são fundamentais pela proteção que conferem à água, ao solo e aos animais, além de vários outros benefícios como controle biológico de pragas, estabelecimento de “corredores biológicos” integrando fragmentos florestais, conservação da biodiversidade, retenção de carbono da atmosfera, melhoria do microclima local, etc.
Nos locais onde a vegetação primitiva foi eliminada é possível reverter a situação através de diversos processos de recuperação de florestas. Embora a mata recomposta dificilmente atinja a mesma diversidade da mata original, a revegetação tem a capacidade de diminuir uma série de efeitos e impactos ambientais, auxiliando o restabelecimento de algumas características primitivas da área.
Dentro deste contexto, a atividade de preservação e recuperação de áreas de preservação permanente, objetivando a preservação de mananciais existentes, se faz cada vez mais necessária.
Na verdade, a importância da mata ciliar está diretamente ligada à quantidade de água em contato com o solo, pois é um dos fatores determinantes no processo de erosão; as margens dos rios são, portanto, extremamente vulneráveis a ela, o que pode causar danos gravíssimos, como assoreamento de solo para a agricultura.
As matas ciliares também atuam como um filtro natural para eventuais resíduos de produtos químicos, fertilizantes e agrotóxicos, e o próprio processo erosivo.
Os cursos d’água que apresentam sua mata ciliar íntegra são menos impactados por estes agentes. Formam longos corredores de vegetação ao longo dos rios, contribuindo para a manutenção da biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas.
De acordo com o Código Florestal, existe lei que determina as dimensões das faixas de mata ciliar em relação à largura dos rios, lagos, etc.
Cursos d’agua de 10 metros de largura – 30 metros de mata em cada margem.
Cursos d’agua de 10 a 50 metros de largura – 50 metros de mata em cada margem.
Estas proporções seguem para cursos d’agua com mais de 600 metros de largura.
Nos lagos, nascentes, etc., estima-se um raio de 50 metros de vegetação.
Em lagos e reservatórios em zona rural a partir de 20 – 100 metros de vegetação ao redor do espelho d’agua.