Em mais uma edição da série idealizada pelo Diário do Rio Claro com o objetivo de enfatizar a arte produzida e idealizada em Rio Claro, o destaque é o rio-clarense Mario Mariones, de 38 anos, artista, compositor, escritor, músico, professor e locutor.
Desde os anos 90 Mario está envolvido com bandas de rock. Seja compondo, tocando e cantando, sempre criou seus próprios sons, desde muito pequeno. Em 2009, com a experiência adquirida em shows, se divertindo e estudando de várias maneiras as questões envoltas no rock, resolveu fundar a banda Garrafa Vazia. Aos poucos, com árdua gana, batalha e estrada, o grupo foi conquistando reconhecimento. “Nunca reclamei nem me comparei com ninguém, sempre fiz por amor e porque não consigo ficar sem o rock and roll, o punk rock”, declara.
Hoje, o Garrafa Vazia é uma das bandas referência e bastante respeitada dentro do punk rock nacional, do underground. “Durante esse anos, atuei também como agitador cultural, organizando festivais, trazendo, hospedando bandas, fazendo zines, realmente comprometido em movimentar o underground, sempre numa concepção de gestão coletiva; assim me vi atuando no meio do rock independente”, comenta o artista.
Já dentro da literatura, desde moleque curtia escrever, tinha frases publicadas no jornal etc. “Escrevo todos os dias; mantive no início da era dos blogs um bem acessado, colaborei com vários sites, como a Mojo Books – e, atualmente, escrevo para alguns veículos. É legal olhar para trás e ver quanta gente bacana reconheceu meu trabalho, e digo sem falsa modéstia”, revela.
Atualmente, Mario está escrevendo seu livro de estreia, um livro de contos e crônicas. “Já tem a capa pronta, e também o prefaciador, um cara bem conhecido no meio artístico. Estou me divertindo na feitura dos contos e crônicas. Atuo também como apresentador de um programa de rádio, tenho o Rockerage, programa semanal pela Mutante Radio. Entrevisto, divulgo bandas, crio vinhetas, programas temáticos.”
Mario conta que desde cedo percebeu que seu objetivo era criar. “Sou comunicativo, movido à criatividade, desde moleque meu negócio é o poder da criação, em suas múltiplas formas. Em minha família há muitos professores, pessoas autodidatas. Meu avô é nome de rua e escola em Campinas, por seu legado como professor e educador. Sou parente do grande Mozart Mello (lendário guitarrista brasileiro, professor de uma geração de exímios guitarristas, além de ter tocado em bandas como Joelho de Porco e até no Secos e Molhados).
Minha mãe é professora, alfabetizou muitas pessoas, me orgulho muito disso – minha irmã mais velha também seguiu o caminho, hoje é professora titular de psicologia na Universidade Federal de Uberlândia e editora da Revista Psicologia Escolar e Educacional. Já o meu velho pai é bem autodidata, trocadilhista de primeira linha, meio professor Pardal, inventor – faz de tudo um pouco, sabe? E, claro, herdei deles a alegria, o senso de humor. Vejo sempre as coisas com astral meio irreverente, com uma ironia positiva, de bem com a vida, sem churumelas. Então, está no DNA.”
Segundo o artista, o que o motiva é estar cercado de pessoas que ama e o amam, como a sua companheira Stephanie Guardia, seu enteado Ramone e seus pais, familiares. “Vivo o melhor momento da minha existência e tenho muito a aprender, a dizer, a apresentar”, conclui.
Recentemente, o Garrafa Vazia comemorou dez anos de estrada e o grupo entrou em estúdio para gravar uma boa quantidade de sons. Danilo Jarrão é o responsável pela produção, no estúdio Fornalha, em Nova Europa, interior de SP. A formação da banda é composta por Mario Mariones (vocal e baixo), Ralph Faust na bateria (desde 2011 na banda), Saulo Ds na guitarra e backing vocals e Vancil Cardoso na guitarra solo.
Foto: Divulgação