A segunda-feira (1º) foi marcada por algumas manifestações de grupos de caminhoneiros e a dúvida de uma possível paralisação da categoria. Um dos caminhoneiros consultados pelo Diário do Rio Claro declarou que o movimento não está com tanta força, pelo menos até ontem (1º). “Eu estou em Goiânia para descarregar e está tudo normal. A maioria dos áudios é tudo Fake News. Não é hora de fazer greve, está todo mundo no mesmo barco. Alguns aventureiros tentando parar, mas sem sucesso nenhum”, disse.
Na rodovia SP-304 (Geraldo de Barros), em Piracicaba, foi registrada paralisação de caminhoneiros autônomos. A Polícia Militar Rodoviária atuou nos pontos. O capitão Gustavo Maldonado da Polícia Rodoviária destacou como foi o trabalho e o movimento na manhã de ontem (1º). “Em relação à manifestação, mantivemos a sinalização da SP-304, fiz contato com os organizadores, expliquei a situação de não pararem na rodovia, de não interditarem a via, e conseguimos evitar acidentes, controlar. Posteriormente foi constatado que alguns motoristas que estavam parados com o caminhão no acostamento, não queriam aderir à greve, à manifestação na realidade, e fomos liberando eles aos poucos, eles entenderam que poderiam ter alguma represália do pessoal que estava organizando a manifestação para quem não tivesse aderindo. Nessa manhã (1), havia apenas um caminhão que estava bloqueado via satélite e assim que desse o tempo já ia sair, então não tinha nenhum caminhão parado às margens ou acostamento da SP-304, ou seja, estava tudo liberado durante a manhã. Alguns manifestantes estavam parados no pátio do posto, porém de forma pacífica”, destacou na manhã de ontem o Capitão Maldonado sobre o trabalho da Polícia Rodoviária.
A greve proposta por alguns grupos tem como reivindicação propostas ainda não cumpridas da greve de 2018, atualmente, o aumento do preço dos combustíveis, piso mínimo de frete do transportador autônomo rodoviária de cargas; contratação direta do transportador autônomo rodoviário de cargas; marco regulatório do transporte; política de preço de paridade de importação aplicado pela Petrobrás ao consumidor nacional e também aposentadoria especial do transportador autônomo rodoviário de cargas.
O Diário do Rio Claro conversou também com o Presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos Rodoviários de Rio Claro (SINTRARC) Gilvon Barbosa, ele salientou que a maior parte da categoria descarta a paralisação. “Mais de 90% dos caminhoneiros não querem a greve, não por motivos políticos, simplesmente a greve não é benéfica para eles, está muito ruim a situação, pedágio muito caro, combustível, o diesel nem se fala, mas com eles fazendo o pouco do serviço que eles têm está ruim, se pararem fica pior, não está legal, mas eles não querem parar, eles entenderam que não é o momento, como que a população vai apoiar os caminhoneiros parando em plena pandemia, precisando dos produtos chegarem nos lugares? Nos reunimos vitualmente no final do mês e todo os sindicatos que formam a Federação de São Paulo conversaram com suas bases de caminhoneiros e ninguém quer fazer. Agora, em relação aos mais de dois milhões de caminhoneiros, se tiver 10 mil caminhoneiros no Brasil parados em pontos específicos, faz parte da democracia, mas o grosso da categoria não quer”, salientou o Gilvon Barbosa.
Por Janaina Moro / Foto: Divulgação