Após dois anos sem comemorar a data da forma mais tradicional, os fiéis puderam sair de casa novamente para a confecção do tapete de Corpus Christi. Durante o período mais crítico da pandemia a celebração não foi realizada como antigamente. Na Paróquia Nossa Senhora Aparecida em Rio Claro, já são mais de 20 anos que as ruas ficam enfeitadas com o tapete, ato que foi retomado neste ano e reuniu em média 350 pessoas na produção. “Estávamos ansiosos, na expectativa e hoje o sentimento é de alegria e de gratidão”, descreveu o administrador de empresa Marcelo Trovó.
A confecção do tapete começou logo por volta das 5 horas. Foram mais de 1200 metros decorados nas ruas e avenidas do bairro Vila Aparecida. Missão e procissão foram realizadas no fim do dia, com a presença de mais de 1500 pessoas. “Foi uma bênção o dia de Corpus C em Rio Claro, tivemos uma participação expressiva, maravilhosa do povo que participou desde às 5 da manhã na confecção do tapete e depois na missa e procissão”, destacou o Padre Renato Andreatto, pároco da Igreja Nossa Senhora da Aparecida.
O dia de Corpus Christi é celebrado sempre em uma quinta-feira, 60 dias após a Páscoa. A Solenidade de Corpus Christi surgiu em 1246, onde os féis rendem graças à Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor Jesus se dá a nós como alimento de Vida Eterna. Nesse dia, os fiéis manifestam a presença da Eucaristia pelas ruas de cidades do Brasil inteiro e em outros diversos países. “Recordando, fazendo a memória real e presente no que escreveu, Lucas em seu Evangelho (cf. Lc. 9,11-17), sobre a ação de Jesus que depois de ter falado do Reino de Deus as multidões e curado os que sofriam, multiplicando os cinco pães e os dois peixes para não despedir com fome tanta gente. Nessa perspectiva eucarística, o saciar uma multidão faminta pode também lembrar aos cristãos, a ordem de Jesus: “Fazei isto em memória de mim”. A preocupação com a fome que atormenta grande parte do mundo e o interesse em aliviá-la tronam-se elementos da Celebração Eucarística”, ressalta o padre.
Vivenciar e refletir sobre o verdadeiro significado, devem ir além da data e de como todos podem se ajudar fora das igrejas. “A celebração de Corpus Christi deve ainda nos fazer instrumentos e agentes de, não apenas dentro de nossas igrejas viver o Cristo Alimento, mas sermos comprometidos com o mundo, com as pessoas no testemunho da presença real de Jesus Eucarístico que recebemos nas Santas Missas que celebramos. É um comprometimento em levar Jesus ao Mundo. Que jamais nos esqueçamos, entretanto, de que a “fome dos homens” não é fome apenas de pão – embora o pão seja precisamente necessário – mas sobretudo, fome de Deus, fome de amor, partilha, solidariedade e compromisso fraterno”, Padre Renato recomenda a reflexão.
Por Janaina Moro / Foto: Divulgação