estação mudou e o clima frio e seco traz uma mudança nos hábitos, levando a população a procurar por ambientes mais fechados que, associados à queda da umidade no ar, mantêm uma maior concentração de partículas em suspensão, facilitando a transmissão das patologias pela via respiratória, dentre elas as infecções virais, como o resfriado e a gripe.”
Quem discorre é o pneumologista Jair Vergínio Jr. que, uma vez mais, atendeu à reportagem do Diário do Rio Claro com o desígnio principal de prestar serviço, haja vista que este período é o de maior propensão a esses quadros virais e, muitas vezes, as pessoas, alarmadas, procuram sem que haja necessidade o pronto atendimento. O especialista, à reportagem, esclarece pontos de suma relevância.
De acordo com Vergínio Jr., as variações de temperaturas e exposições a alérgenos, como roupas e cobertores guardados por muito tempo, também podem levar a processos inflamatórios ou alérgicos, como as rinites, a asma e as bronquites agudas.
“O fato é que com o aumento da incidência destas patologias, principalmente em crianças e idosos, faz com que a população busque atendimento nas unidades de urgência, o que acarreta em um aumento exponencial da demanda nestes setores, levando a dificuldades nos atendimentos e à concorrência com os casos realmente urgentes”, elucida o profissional, que acrescenta que “a população acaba usando o recurso dos prontos atendimentos pelo medo de complicações e até uma questão cultural, que precisa ser revertida com base em melhoria nas informações, orientações e na otimização dos atendimentos na Atenção Básica de Saúde.”
Doutor Vergínio Jr. expõe que dentro dos quadros virais existe o medo da gripe ou do H1N1, mas, conforme ele, a grande maioria irá evoluir sem complicações e se estiver apenas com febre e coriza, sem sinais de uma Síndrome Gripal, pode ser medicado com antitérmicos comuns por até 48 horas.
O pneumologista explica que a Síndrome Gripal é definida por um quadro de febre, tosse ou dor de garganta acompanhada de, pelo menos, um dos sintomas, como cefaleia, mialgia e artralgia. E complementa: “segundo o último informe da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, a taxa foi de 28,5% de Síndrome Gripal e, destes, apenas 12,7% evoluíram com Síndrome Respiratória Aguda Grave, onde os sinais são desconforto respiratório importante ou exacerbações de doenças pré-existentes. A única forma de prevenção é a vacinação e esta não apresenta riscos para causar uma gripe”, esclarece.
O médico salienta que a presença de secreção nasal clara geralmente está relacionada, nesta época, com os quadros de rinite e pode ser inicialmente tratada em casa, com soro fisiológico nasal. De acordo com ele, a asma também apresenta exacerbações com o clima frio e deve se seguir as orientações do médico assistente para estes quadros antes de procurar o pronto-socorro. “Manter-se bem hidratado, evitar aglomerações, ambientes com tabaco ou excesso de pó ajudam na prevenção”, orienta.
Por fim, garante que a prevenção ainda é a melhor forma de lidar com estas patologias do inverno. “Vacine-se, tenha uma boa alimentação, mantenha-se bem hidratado e pratique atividades físicas regularmente”, finaliza.