Nascido na cidade de Ivinhema, no Mato Grosso do Sul, Luis H. O. Gomes, de 25 anos, veio a Rio Claro para cursar a faculdade de Educação Física na Unesp. Sob o nome artístico LuisAfF, o arte-educador vem desenvolvendo relevante trabalho no interior do Estado de São Paulo promovendo a dança e as artes.
Ele conta que ingressou no mundo artístico assim que começou a cursar a Unesp, quando teve contato com alguns projetos de extensão e viu a potência comunicativa e expressiva que o corpo é capaz de exercer por meio da arte aprimorada, pela lente da motricidade humana. Atualmente, trabalha com o preparo físico (foco em flexibilidade) junto à companhia de circo aéreo “Cia Passarinhar”, além de atuar como diretor artístico e performer do grupo de arte Drag Queen chamado MANXS, e também oferece palestras, oficinas e orientações sobre Educação Física relacionada à Arte e Cultura.
Luis conta que em sua trajetória, as portas nunca se abriram, pois foi ele quem determinou o rumo de sua vida. “Eu determinei que seria com isso que eu trabalharia para a minha vida e fiz as minhas próprias oportunidades com muita dedicação, perseverança, enfrentando muitos nãos, preconceitos, opressões que vão além da dificuldade política e socioeconômica estrutural de viver de arte no país.
Sendo LGBT, independente da área profissional que almeja, você sempre terá que passar por provações que outras pessoas hétero-normativas não precisam, o que faz com que fiquemos sempre no mínimo um passo atrás na corrida meritocrata. Decorrente a isso, decidi ir na contramão e está aí meu diferencial, no trabalho, possuo uma abordagem única, potente e valorosa”, ressalta o artista.
Para Luis, a arte é um uni verso no qual mergulha para se complementar, descobrir, se proteger e para comunicar, seja racionalmente e emocionalmente, consigo mesmo e com as outras pessoas sobre assuntos urgentes, emergentes e tabus em nossa sociedade. “O que me motiva permanecer na arte é acreditar que ela é uma ferramenta (talvez a maior) para conquistarmos o respeito e a empatia em grande escala de forma divertida, descontraída ou também intensa”, aponta.
Sobre o futuro, revela que pretende se estabelecer no cenário nacional enquanto artista, motivador e um ativista da Cultura no Brasil.
Do seu currículo, apresenta como as conquistas mais simbólicas: a sua pesquisa de conclusão de curso, sendo a primeira publicação nacional científica sobre a modalidade de dança Waacking e o seu contexto histórico e sociocultural; foi o fundador do grupo de arte da Moradia Estudantil de Rio Claro chamado A’morasDance, cujo sob sua orientação já se apresentou em eventos internacionais e, atualmente, está produzindo uma peça de teatro sobre saúde mental com sua supervisão; junto ao grupo MANXS, tem um EP musical autoral em todas as plataformas de streaming, com o qual foram contemplados por quatro editais (um do município de Rio Claro, outro do PROAC e dois do POIESIS) e com apenas três anos de existência foram reconhecidos pelo Programa de Qualificação em Artes.
Fotos: Paula Caldas