O candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Marinho, esteve na Redação do Centenário.
O postulante foi prefeito de São Bernardo do Campo por oito anos e ministro do Trabalho (de 2005 a 2007) e da Previdência (de 2007 a 2008) no governo do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.
“Vamos mudar a lógica da gestão do Estado”, afirmou o postulante que fez críticas aos 24 anos de governo do PSDB. “É preciso considerar que o estado é governado pelo PSDB há 24 anos. O que aconteceu com o Estado? É um tempo que se houver planejamento, dá para resolver qualquer problema”, enfatizou.
O petista destacou que pretende reorganizar os modelos de concessão de rodovias estaduais, já que ele acredita que prejudica motoristas e
também as empresas. “O atual modelo é cruel com usuários e também com as empresas. Mas nosso objetivo final é reduzir o preço final dos pedágios”, argumenta.
Sobre o assunto, ele citou como exemplo a indústria de calçados que, devido aos valores abusivos dos pedágios, teve um impacto de 5% no investimento para exportação. “Pretendo analisar cada contrato e é plenamente possível abaixar o preço final. Hoje, o modelo é sem risco nenhum para a concessionária. Nós queremos realizar modelos de PPPs, que exigem retorno destas empresas. O que existe hoje é uma PPP com lucro garantido”, expõe.
PARTICIPAÇÃO
Habitual em programas de governo do PT, o ex-ministro quer realizar um governo participativo com a criação de conselhos e ouvindo os mais diversos setores da sociedade. “Planejar e profissionalizar a gestão do Estado e tratar cada governança regional. Com isso, teremos uma noção real da problemática”, frisa.
SAÚDE
No segmento da saúde, Marino apontou que é preciso diagnosticar os problemas do setor. “Desta forma, atenderemos uma demanda específica para ter mais eficiência nas ações. Atualmente, o Estado não divide com o município o custeio do Samu, por exemplo. É preciso repensar a forma de dirigir o estado, como pensar o Estado.
A ausência de planejamento está levando a um retrocesso na participação do Estado no PIB brasileiro”, analisa ao destacar que faz com que o Estado de São Paulo perca os investimentos para Estados vizinhos. “É preciso assumir a posição de Estado líder para ajudar o país a sair desta crise grave”. esclarece.
EDUCAÇÃO
Educação, cultura e tecnologia. É assim que Marino pretende melhorar a educação da rede estadual de ensino. “A educação é estratégica. Vamos valorizar o profissional dobrando o salário dos professores em quatro anos”, garante.
Questionado com quais recursos pretende realizar o aumento, foi enfático: “recursos existentes. Precisamos de gestão. Tem Estado que arrecada menos e paga o professor melhor”.
Ele aponta ainda a necessidade de alterar a estrutura das escolas, que hoje lembram prisões. “Tem que ser um espaço onde os alunos e as pessoas se sintam bem, acolhidas”, diz.
Bolsas para incentivar jovens a ingressarem no ensino médio também é um projeto do candidato. “Nós temos 220 mil jovens de 14 a 17 anos fora da escola. É preciso acolher essas famílias, criar bolsas nos moldes do Bolsa Família para manter esses jovens na escola”, diz.
UNIVERSIDADE
Sobre as universidades estaduais, o postulante informou que pretende criar cotas especiais para alunos de escolas públicas. “Nós vamos garantir 50% das vagas para alunos oriundos da escola pública de forma a dar oportunidade ao povo trabalhador. Dar condições de igualdade, de oportunidades no processo de geração de trabalho e renda. Vamos melhorar o acesso dos filhos da classe trabalhadora”, acrescenta.
ECONOMIA
Por fim, para enfrentar a crise, destacou: “vamos elevar o padrão de possibilidade de consumo. Com isso, você eleva também a possibilidade de demandas e produção. E quanto mais produção, mais empregos e consumo. E quanto mais consumo, mais emprego no comércio. Trata-se de um processo em cadeia que já foi realizado no governo Lula”.