A Lua sempre foi e sempre será o astro mais observado pela humanidade desde os remotos tempos, despertando interesses e curiosidades, tanto em crenças populares, como na ciência. Contudo, esta última, a ciência do estudo lunar, é que nos propiciou vários avanços tecnológicos e científicos, continuando a nos propiciar até hoje, porém, ainda há muito que estudar em solo lunar, os selenógrafos observadores da Lua, tanto os astrônomos amadores como profissionais, principalmente os brasileiros, contribuem, e contribuíram de forma significativa para a ciência, exemplo a missão Apollo 11, primeira a alunissar em solo lunar com os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin no dia 20 de julho de 1969 às 17h17min UTC -3 (horário de Brasília), Collins permaneceu no módulo de comando, com a difícil missão de trazer todos de volta à Terra, e os brasileiros tiveram também uma difícil missão de registrar, antes e durante a missão, as TLPs no Projeto LION da NASA. Contribuições infinitas a Lua nos deu com o seu estudo, uma delas é o nosso calendário, baseado na observação dos movimentos da Lua em torno da Terra e do Sistema Terra/Lua em torno do Sol, na qual é a base da nossa organização civil contemporânea, o calendário.
“Contribua você também com a ciência, observe a Lua, mesmo que a vista desarmada, já será uma atividade de grande valia, ainda mais se você despertar o conhecimento para uma criança, orientando-a, e, uma ótima data para realizar essa atividade de observação lunar, será nesta quarta, dia 26 de maio, a partir do momento em que o Sol tiver o seu ocaso, pois teremos o fantástico fenômeno da Lua Cheia no Perigeu, a popular Superlua”, ressalta Fabrizzio Montezzo que é Professor de Física, Matemática e Astrônomo Amador, filiado a SAB, Sociedade Astronômica Brasileira, membro do GEARC.
Ele explica melhor o fenômeno. “A Lua cheia acontece todos os meses, é o momento em que nosso satélite natural fica em oposição ao Sol, nascendo sempre por volta das 18 horas com toda a sua face iluminada voltada para a Terra, ou seja 99,9% iluminada para os observadores terrestres, ficando a noite toda para ser apreciada na abóbada celeste. Perigeu, é o momento em que nosso satélite natural fica no ponto mais próximo da Terra em sua órbita elíptica. Para se ter uma ideia, no perigeu a Lua atinge cerca de 351 mil km de distância, e no apogeu, ponto mais afastado, 404 mil km, uma diferença significativa, sendo esta a causa de tanta admiração e interesse para observar esse fenômeno da “Superlua”, que, na realidade, não pode ser considerada uma superlua, e sim na astronomia chamamos de Lua Cheia no Perigeu, por isso que o autor coloca entre aspas, para chamar a atenção, pois você não verá uma super, super Lua, e sim algo diferente, que chamará a atenção, mas nada super. Se atente a isso”, destaca.
Porém, existem pontos importantes nessa história toda. A Lua atinge a fase cheia em um determinado momento exato, que nesta quarta será às 8h14 UTC -3 (horário de Brasília), e o perigeu também, sendo às 22h46 UTC -3 (horário de Brasília) do dia 25 de maio, com isso a diferença da fase cheia exata e o perigeu, terá 9,5 horas, sendo o perigeu antes. Com isso, dizemos que será uma Lua Cheia no Perigeu, mas não exata, o que é muito difícil, mas sim, uma Lua Cheia Próxima do Perigeu. É claro que isso é um detalhe astronômico, matemático, o que não deixa de tornar o fenômeno incrível, na qual aconselho a todos observarem a Lua logo após ela nascer. Mas onde e como observar?
Os detalhes da observação
O professor esclarece que a Lua nascerá para a cidade de Rio Claro/SP, às 17h54 UTC -3 (horário de Brasília), que é o momento em que seu centro geométrico atinge a linha do horizonte, com isso, você deve esperar ela subir um pouco mais, a partir das 18h30, em que nosso satélite atinge uma altura de +6º46′ minutos de arco, daí sim podendo ser observado com aquela coloração avermelhada/alaranjada, por causa de que no horizonte a luz da Lua que é proveniente do Sol, incide na Lua e reflete até a Terra, atravessando uma maior camada atmosférica para o observador local, e, por isso que observamos a Lua nessas características de coloração, ao contrário de que quando ela está no zênite, e mais próxima do observador local, a gente observa ela sem coloração provocada pela refração da atmosfera. Com a Lua no horizonte, ou bem próxima dele, muitos pensam que ela está mais próxima da Terra, mas não, é ao contrário, no zênite ela está mais próxima, pois nesse caso a gente não soma o raio da Terra, faça uma reflexão sobre.
Na live desta quarta, no canal do autor no YouTube (/Fabrizzio Montezzo), às 20h30 UTC -3, será explanado tudo sobre o fenômeno, e a Lua será transmitida ao vivo pelo telescópio, imperdível. A Lua nascerá no azimute +114º, no ponto subcolateral lés-sudeste (ESE), que fica entre o leste e o sudeste, terá seu ocaso às 7:40 UTC -3, atinge o incrível diâmetro aparente de quase 34′ minutos de arco, distante da Terra cerca de 351 mil km, ficando a noite toda na direção da constelação zodiacal de Ophiuchus, Ofiúco ou Serpentário. “Vamos torcer para o tempo colaborar, observar e registrar a Lua, fiquem atentos que muitas fotos e dados serão postados nessa semana sobre a Lua em meu instagram. Ótimas noites de observações a todos”.
Fabrizzio Montezzo é Professor de Física, Matemática e Astrônomo Amador, filiado a SAB, Sociedade Astronômica Brasileira, membro do GEARC, Grupo de Estudos Astronômicos de Rio Claro/SP, da UBA, União Brasileira de Astronomia, Comissão Lunar e do Projeto de Extensão Escola dos Astros da UNESP Campus Rio Claro/SP.
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