A Professora Doutora Lúcia Helena Hebling Almeida, psicóloga clínica com consultório em Rio Claro, professora convidada do curso de Especialização em Psicologia Junguiana na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), contribuiu de modo significativo com o livro de nome “Calatonia”, uma vez que é autora de um capítulo denominado “Petho Sándor Method and Drawing – A Case Study”, que aborda uma aplicação prática do método, bem como seus resultados.
A obra, em inglês, foi lançada mundialmente em São Paulo quando do dia 16 de junho, e pode ser adquirida por intermédio da Amazon. De acordo com Lúcia Helena, essa publicação é especialmente dirigida para o público internacional, e provavelmente não será publicada em português.
O que é Calatonia?
A psicóloga, à reportagem, explica que Calatonia é uma abordagem psicofísica baseada na psicologia junguiana, criada durante a segunda guerra mundial pelo Doutor Pethö Sándor, psiquiatra húngaro que se estabeleceu no Brasil depois da Segunda Guerra Mundial.
Ele foi professor na PUC-SP e no Instituto “Sedes Sapientiae”. “Sándor faleceu em janeiro de 1992, e o trabalho por ele iniciado continua através de cursos e publicações de ex-alunos. Assim, existem livros, teses e dissertações em português sobre o método da Calatonia e de outras técnicas de relaxamento desenvolvidas por Sándor, publicados por ele e por alguns de seus ex-alunos”, explana a especialista.
Lúcia Helena expõe que Sándor foi pioneiro em reconhecer a importância de promover a auto-regulação do organismo dentro do contexto terapêutico, a fim de estimular a construção da resiliência, estruturada em torno da reorganização global, e da regulação mútua do soma (corpo) e da psique, atuando também na prevenção do estresse.
Conforme a profissional, a Calatonia foi, provavelmente, a primeira terapia somática desenvolvida a partir de, e inicialmente, para aqueles que sofrem de trauma e, em particular, trauma de guerra – hoje conhecido como stress pós-traumático. “No entanto, agora, um entusiasmo crescente pela Calatonia tem sido endossado por estudos recentes em neuropsicologia, neurociência cognitiva e neurociência do tato, que ofereceram evidências abundantes de uma validação ainda maior em torno do método. A Calatonia utiliza a conectividade da rede neural, integra o ‘Mind Wandering’ – divagação mental – e explora o potencial do reflexo de orientação para reorganizar a mente-corpo”, elucida.
A Professora Doutora afirma observar diariamente esta ligação entre o somato e o psíquico no contato com seus pacientes.“Pessoas que se anulam, que quase nada expressam ou ao contrário, que são muito agitadas, estressadas, passam a sofrer de somatizações, doenças físicas de fundo emocional. Tais somatizações nada mais são que a expressão de sua inadequação.
E, novamente, à medida que modificam essa questão, à medida que se integram, que percebem seus limites, que vivenciam novamente suas vibrações, pulsações e fluxos, por meio da Calatonia e outras técnicas de relaxamento, as somatizações desaparecem. Por isso, a importância do processo psicoterapêutico, a importância de buscar ajuda psicológica para um desenvolvimento mais rico e pleno de si mesmo”, orienta.
A profissional acrescenta que a aplicação da Calatonia (bem como outras técnicas de relaxamento) também produz excelentes resultados em casos de depressão, ansiedade, transtorno alimentar, e outros transtornos psicológicos. “Ela pode figurar como terapia central ou como procedimento paralelo a qualquer outra forma de terapia ou, ainda, como coadjuvante paliativo, em casos da medicina clínica, especialmente na gerontologia”, garante. Por fim, Lúcia Helena Hebling Almeida assevera que é importante ressaltar que Calatonia é uma marca registrada, e que sua aplicação só pode ser feita por quem passou pelo treinamento e supervisão sobre a técnica.