Ganhar uma Libertadores da América é muito difícil. Agora imagine ser tricampeão e ter a possibilidade de conquistar mais uma taça para se isolar como o time brasileiro com mais títulos na história da competição? Campeão em 1962, 1963 e 2011, o Santos chega à sua quinta decisão e faz o inédito clássico paulista contra o Palmeiras em busca do histórico tetracampeonato.
Com 15 aparições na história da Libertadores, o Santos é, ao lado de São Paulo e Grêmio, o time brasileiro com o maior número de títulos -três no total. Bicampeão em 1962 e 1963, o time da Baixada Santista chegou ao tricampeonato em 2011. Antes disso, o Alvinegro Praiano já havia disputado uma decisão em 2003, a única perdida em sua história na competição sul-americana.
O primeiro
Criada em 1960, a Libertadores teve o Santos como o primeiro time brasileiro a ser campeão. Por ter conquistado o Campeonato Brasileiro em 1961, Pelé e companhia se classificaram para o certame. Na primeira fase, os santistas avançaram como líder do Grupo 1, que tinha Cerro Porteño-PAR e Deportivo Municipal-BOL. Na época, a competição era formada por nove equipes na primeira parte e os três líderes de cada chave avançavam para se juntar ao campeão Peñarol na semifinal.
Classificado à semifinal, o Santos empatou com a Universidad Católica-CHI, por 1 a 1, na ida e avançou à final contra os uruguaios do Peñarol -bicampeão sul-americano na época- com uma vitória simples com gol de Zito. Na primeira final, o Santos venceu no Uruguai por 2 a 1, com dois gols de Coutinho. Na volta, na Vila Belmiro, o time visitante venceu por 3 a 2. O jogo desempate aconteceu na Argentina e o time brasileiro contou com dois gols de Pelé e um contra do zagueiro Caetano para levantar o seu primeiro título.
Bicampeonato
Campeão do ano anterior, o Santos garantiu a vaga diretamente à semifinal da Libertadores em 1963. Apesar de “pular” a primeira fase, o time paulista não teve vida fácil e enfrentou o Botafogo na semifinal, um dos melhores times brasileiros da época ao lado do próprio alvinegro. Um empate por 1 a 1 no Maracanã, na ida, e uma goleada por 4 a 0, em São Paulo, carimbou a vaga santista em mais uma final.
O adversário da decisão foi o Boca Juniors-ARG. Com grande atuação, o Santos venceu o jogo de ida no Maracanã por 3 a 2, com dois gols de Coutinho e um de Lima e depois venceu os argentinos novamente na La Bombonera, mas por 2 a 1, com tentos de Coutinho e Pelé para chegar ao bicampeonato.
Na trave
Após 40 anos longe da final da Libertadores, o Santos retornou à decisão em 2003, novamente contra o Boca Juniors-ARG. Campeão brasileiro em 2002, Diego, Robinho e companhia sob a batuta de Emerson Leão teve a segunda melhor campanha da fase de grupos e eliminou o Nacional-URU, Cruz Azul-MEX e Independiente Medellín-COL até a final. No embate derradeiro, os argentinos venceram a ida por 2 a 1 e a partida de volta, por 3 a 1, no Morumbi.
Tricampeonato
Sob o comando de Muricy Ramalho e o talento de Neymar, o Santos chegou ao tricampeonato em 2011. Campeão da Copa do Brasil em 2010, o time praiano teve uma primeira fase apertada e avançou como vice-líder do Grupo 5, com 11 pontos, mesma pontuação do líder Cerro Porteño-PAR. Dono da nona melhor campanha, eliminou o América-MEX nas oitavas de final, o Once Caldas-COL nas quartas de final e o Cerro Porteño na semifinal.
Na grande decisão, o Santos teve o Peñarol-URU pela frente, adversário da sua primeira final em 1962. No Uruguai, o time paulista segurou uma igualdade sem gols e com a vitória por 2 a 1, no Pacaembu, com gols de Neymar e Danilo, chegou ao tricampeonato continental.
Em busca do tetracampeonato, o Santos enfrenta o Palmeiras na final da Libertadores da América 2020 neste sábado (30), às 17h, no Maracanã, no Rio de Janeiro. Será a segunda vez que a competição é definida em jogo único. No ano passado, o Flamengo venceu o River Plate-ARG em Lima, no Peru.
Por Luiz Minici/Federação Paulista de Futebol / Foto: Arquivo/Santos FC