Segundo o Ministério da Saúde, a bula encontrada nas caixas de medicamentos é essencial para orientar o consumidor sobre o uso seguro de remédios. É nela que contém toda composição, indicações e contraindicações e também as temidas reações.
A dona de casa Alessandra dos Santos Vicente confessa em quais situações tentou decifrar a bula. “Já li algumas vezes e já me assustei com algumas fórmulas estranhas que não sabia o que era”, disse. Mas ela afirma que nunca deixou de seguir o tratamento. “Não deixo de tomar por confiar na recomendação médica ou farmacêutica”, relatou.
Já o operador de empilhadeira César de Oliveira diz que nunca nem se arriscou. “Eu prefiro não ler para não ficar preocupado com as possíveis reações”, disse.
A orientação de profissionais é exatamente esta: ter cuidado ao decifrar o documento. “Ter o acesso e ler a bula, por um lado, é muito bom, sim, desde que o paciente tenha um pouco de noção sobre os termos técnicos utilizados. Pois se a pessoa for leiga, pode até mesmo não fazer uso correto das medicações ou associar outra medicação, ou até mesmo alimentos que possam alterar a ação real para o qual foi designado o medicamento, tendo assim uma resposta negativa do tratamento ao qual foi submetido por falta de conhecimento dos produtos farmacológicos utilizados na medição”, observou o farmacêutico da Drogaria Total Anjo Miguel, Márcio José Batista.
A recomendação é que a pessoa não tome decisões sem o parecer de um especialista. “Qualquer dúvida, a orientação para o paciente é para que procure sempre um profissional habilitado para auxiliar na administração dos mesmos”, orientou.
ANVISA
De acordo com a coordenadora de Bulas e Rotulagem de Medicamentos da Anvisa, Fernanda Horne, em entrevista para o Ministério da Saúde, várias complicações de saúde em decorrência da má administração de medicamentos podem ser evitadas se o consumidor ler a bula antes de tomar qualquer remédio. “Todo e qualquer medicamento, mesmo que ele seja mais simples e você não precise de orientação para utilizá-lo, essa orientação está na bula.
Qualquer tipo de medicamento precisa de uma orientação para ser consumido para que seja feito o uso seguro. Mesmo aquele que a pessoa compra porque quis e não tem uma prescrição, ela está sentindo uma dor de cabeça, precisa ter informações sobre aquele medicamento. Ela precisa de orientação. E essa orientação, a primeira fonte dela é a bula”, disse.
Desde 2009, a Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, determina que as bulas devem ter uma linguagem simples para que todo cidadão compreenda claramente as informações sobre o medicamento, conforme explica a coordenadora de Bulas e Rotulagem de Medicamentos da Anvisa, Fernanda Horne. “E se ele ler a bula e não entender, que pergunte para o seu médico ou para o farmacêutico que está na farmácia sobre as informações e como ele vai utilizar corretamente esse medicamento”, salienta.
BULÁRIO ELETRÔNICO
A Anvisa disponibiliza na internet um banco de dados de consulta às bulas de medicamentos. O “Bulário Eletrônico” pode ser acessado tanto por profissionais de saúde, como pela população em geral, para obter informações contidas nas bulas dos medicamentos registrados e comercializados no Brasil.