Metade dos alunos brasileiros não alcança o nível mínimo de leitura, ou seja, não entendem o que leem. Os dados são do último Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), de 2018, onde o Brasil ficou nas últimas posições do ranking internacional que mede o desempenho de alunos de 15 e 16 anos. Com isso, o problema acaba se refletindo mais à frente, quando chega a vez de fazer o Enem.
Afinal, a leitura é fundamental para uma boa escrita. No exame deste ano, mais de 300 mil candidatos zeraram a redação, e o número dos que conseguiram nota máxima, comparado com 2014, caiu 80%, segundo o MEC (Ministério da Educação). Se o aluno tem problemas com a leitura, o primeiro passo é procurar o oftalmologista, pois pode ser apenas uma dificuldade em enxergar. Mas caso a situação persista, é hora de investigar mais a fundo. Confira as dicas que a pedagoga e fonoaudióloga do Alicerce Educação, Adriana Pizzo, dá aos pais:
1- Identifique se a criança reconhece as letras do alfabeto e sabe fazer associações com as imagens.
2- Observe se a dificuldade está em reconhecer letras, sílabas, palavras ou o texto inteiro.
3- Pergunte aos professores quais as estratégias são usadas para auxiliar nesse processo, se há treinos de leitura na escola e se o desempenho do aluno está aquém ou equiparado ao dos colegas. Se a dificuldade for geral, a falha pode estar nos processos de ensino.
4- Caso as dificuldades persistam, mesmo depois de aplicadas várias estratégias, procure profissionais especializados que possam avaliar e trabalhar técnicas para melhorar a leitura. Adriana lembra que, pelos critérios do MEC, a criança deve estar alfabetizada e ser um leitor fluente até o final do segundo ano do ensino fundamental, ou seja, quando completar 8 anos. Não é exigida a velocidade de leitura de um adulto, mas o aluno deve ser capaz de compreender pequenos textos. Por isso, é importante conhecer a realidade de cada um e identificar precocemente a origem do problema.
Estimular o prazer pela leitura também ajuda a vencer essas barreiras. E o incentivo deve começar em casa. “O fato de seu filho dizer que “não gosta de ler”, pode ser o reflexo de experiências mal sucedidas durante o processo de aprendizagem”. Adriana recomenda elogios a cada avanço, mas sem excessos que possam acomodar a criança ou o jovem e sugere estratégias que ajudam a desenvolver o gosto pela a leitura:
1- Peçam que leiam o texto duas vezes, circulem as palavras desconhecidas e procurem o significado no dicionário. Depois, que releiam o texto. No geral, a compreensão do conteúdo vai melhorar.
2- Treine e exercite a leitura de maneiras diferentes com eles, seja em voz alta, em saraus, de forma teatral. Isso garante maior fluência na hora de ler.
3- Faça as pontuações corretas ao ler um texto oralmente. Lembre-se que a entonação é importante para que o ouvinte entenda o conteúdo.
4- Apresente diversos gêneros de leitura. 5- Use técnicas que ajudam a fazer resumos.
Assim, o leitor pode monitorar o próprio desempenho na compreensão do texto. Com essas dicas, pais e professores podem acompanhar o desenvolvimento das crianças. Como diz o professor José Morais, autor do livro A Arte de Ler, “além da leitura compartilhada, quando a criança já está lendo, continue a ler com ela e sobretudo indicando obras. Livros são um elo entre pais e filhos”.
Assim, o leitor pode monitorar o próprio desempenho na compreensão do texto. Com essas dicas, pais e professores podem acompanhar o desenvolvimento das crianças. Como diz o professor José Morais, autor do livro A Arte de Ler, “além da leitura compartilhada, quando a criança já está lendo, continue a ler com ela e sobretudo indicando obras. Livros são um elo entre pais e filhos”.
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