Nasr é estrela de documentário inédito gravado durante atividades em Le Mans
A disputa da extenuante 24 Horas de Le Mans de 2024, cuja largada foi dada às 11 horas do sábado e que será encerrada neste domingo no mesmo horário, não marca apenas a quinta oportunidade de Felipe Nasr na lendária prova do esporte a motor, mas também uma ocasião inédita. Protagonista de um documentário previsto para estrear no primeiro semestre de 2025, o brasileiro será o primeiro piloto da história a utilizar equipamentos de cinema durante a prova.
Com lentes e câmeras fornecidas pela Panavision, apoiadora do projeto, o documentário iniciou as gravações em Le Mans na sexta-feira (14), e tem a direção dos brasileiros André e Salomão Abdala, da ‘Abdala Brothers’.
“Estamos realizando nosso sonho, desenvolvendo um projeto próprio e em larga escala para ser exibido nos cinemas. É o nosso maior projeto, no maior evento automobilístico que existe no mundo e que tem um brasileiro como protagonista. Estamos ao lado de gigantes como Panavision e DJI, filmando com câmeras certificadas para IMAX. Além disso, temos uma grande possibilidade de escalar para o mercado global, já que na Europa e América do Norte este tipo de conteúdo é bem forte”, disse André.
Protagonista, Nasr pilota o hipercarro #4 da Porsche Penske no circuito de La Sarthe. O trio do brasileiro, que ainda conta com o francês Mathieu Jaminet e o inglês Nick Tandy, largou na 19ª posição do grid.
24 Horas de grandes desafios para os pilotos
Seis brasileiros estão na cidade francesa disputando Le Mans, em duas categorias diferentes, mas os objetivos são iguais: resistir e vencer esta que é considerada uma das mais tradicionais provas automobilísticas do planeta, e que forma a chamada Tríplice Coroa do automobilismo. Junto com o Grande Prêmio de Mônaco (da Fórmula 1) as 500 Milhas de Indianápolis (da Indy), Le Mans completa o maior título extraoficial do esporte a motor.
E é por isso que os 186 pilotos que estão na pista neste fim de semana encaram o desafio com seriedade extra.
“A 24 Horas de Le Mans é uma corrida que testa não apenas a resistência dos pilotos, mas também a capacidade de adaptação às circunstâncias em constante mudança,” destaca Felipe Nasr.
Além dele, Pipo Derani, Felipe Drugovich, Augusto Farfus, Nicolas Costa e Daniel Serra representam o Brasil na disputa.
“É preciso um imenso preparo para enfrentar o desgaste físico e mental que vem com a corrida, além das condições climáticas variáveis, bem como para a necessidade de manter um ritmo constante e estratégico ao longo de 24 horas”, finalizou o piloto da Porsche.
Saiba por que Le Mans transforma fabricantes em lendas
Para alcançar a vitória nas 24 Horas de Le Mans é preciso sobreviver na pista durante um dia inteiro de competição em La Sarthe. Esse é o desafio mostrado por Felipe Nasr que os competidores da edição de 2024 estão enfrentando.
Mas o processo não exige muito apenas de pilotos, equipes, mas também dos carros.
E é exatamente a complexidade da prova que projetou, ao longo dos anos, o nome de diversas fábricas para o topo do automobilismo mundial. Se venceu Le Mans, o carro ou a marca conquistam imediatamente o status de confiáveis perante toda a indústria.
É por isso também que atualmente existem 14 fabricantes diferentes disputando o Campeonato Mundial de Endurance (WEC) – um recorde absoluto na história do automobilismo.
Ao longo de mais de 100 anos de história, a prova contribui para que nomes como Porsche, Ferrari, Peugeot, Aston Martin, Bentley, Audi, entre vários outros, se tornassem ícones da indústria. Além de dar espaço e abrir caminhos para McLaren, Ford e fabricantes asiáticas, como Toyota e Mazda.
Este ano, ao contrário da Ferrari em 2023, a Porsche chegou a Le Mans como favorita e seu carro #6, líder do campeonato, conquistou a pole position, depois de uma performance excepcional na sessão Hyperpole, com Kevin Estre entregando uma volta impressionante para garantir a primeira posição no grid de largada.
A corrida, que termina neste domingo, vai revelar ao mundo o carro e equipe vencedores, coroando em glória todo o esforço colocado em La Sarthe ao longo das 24 horas.
Por E. Cortez