O Prêmio Roger Ebert, que é concedido anualmente no Festival Internacional de Cinema de Chicago a um cineasta emergente cujo trabalho representa uma visão nova, foi recebido neste ano pelo cineasta rio-clarense João Paulo Miranda Maria. Seu primeiro longa, “Casa de Antiguidades” foi destaque do programa 2020 Novos Diretores. De acordo com a sinopse oficial do festival, essa coprodução franco-brasileira está “ambientada no sul do Brasil, uma estranha colônia austríaca perdida no tempo, onde o índio-negro Cristovam chegou do norte para trabalhar em uma fábrica de leite”.
“Diante da xenofobia e do racismo implacáveis, ele encontra refúgio em uma casa abandonada repleta de objetos de arte e mobílias folclóricas, que o conectam de volta às suas raízes”, continua a sinopse. “Logo, as misteriosas relíquias começam a provocar uma metamorfose dentro dele. Dotado de um novo senso de identidade e poder, a paciência silenciosa de Cristovam se transforma em ação encorajada – e a tensão aumenta, levando a uma conclusão mítica e impressionante. Fotografia rica e evocativa e tom inquietante envolvem esta história misteriosa que desmascara as tensões sociais, raciais e políticas que o Brasil enfrenta.”
Participaram do júri de Novos Diretores neste ano o professor e crítico Fernando E. Juan Lima, o cineasta Yannis Sakaridis, a COO da Schortcut Films Myriam Sassine, a diretora executiva Mira Staleva da Sofia IFF/Art Fest Ltd e a cineasta Thelma Vickroy.
O Prêmio Roger Ebert foi entregue por Chaz Ebert, que explicou a motivação do júri: “Uma reflexão oportuna e desafiadora sobre o isolamento e o racismo trazendo espíritos ancestrais e permitindo que eles entrem no presente como últimos guardiões da sanidade dos povos indígenas. Uma estreia ousada que retrata um mundo em colapso como se estivesse em um transe xamânico com suas sequências de sonho e visões alucinógenas nos guiando para o profundo reino poderoso de arquétipos e mitos”.
Chaz Ebert também parabenizou Vivian Teng, Mimi Plauché, Sam Flancher, Anthony Kaufman e a diretoria do Festival Internacional de Cinema de Chicago pela produção de um festival de cinema de sucesso sob condições muito desafiadoras neste ano. Ela observou que o Festival começou de forma auspiciosa com uma apresentação na noite de abertura do documentário “Belushi” no Drive-In, e terminou com um programa de premiação totalmente internacional no Zoom”, disse ela.
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