Cansaço, suor frio, falta de ar, tonturas, sensação de coração acelerado, tosse, perda de apetite, palidez e inchaço nas pernas, pés e abdômen estão entre os sintomas mais comuns da insuficiência cardíaca. A doença, caracterizada pela incapacidade do coração de bombear o sangue para o corpo, atinge mais 64 milhões de pessoas no mundo. Cinco anos após o diagnóstico, apenas 25% dos pacientes sobrevivem e naqueles com 85 anos ou mais, somente 17% resistem.
Para o diretor científico da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), Félix Ramires, não existe uma, mas várias causas para a insuficiência cardíaca. “Podemos destacar as sequelas de um infarto, diabetes, hipertensão, doenças que afetam as válvulas do coração ou autoimunes, infecções diversas, inflamação no músculo cardíaco (miocardite), alcoolismo, Doença de Chagas, obesidade, intoxicação por medicamentos e a Covid-19”, explica o cardiologista.
A pandemia surgiu após a penúltima Diretriz de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Brasileira de Cardiologia, publicada há cinco anos, e que trazia um raio-x sobre a doença, indicando condutas clínicas para os médicos. “Além do importante número de intervenções terapêuticas e abordagens diagnósticas que surgiram ou se consolidaram na prática clínica internacional a partir de então, a Covid-19 ensinou sobre um novo modelo de agressão ao coração e trouxe, inicialmente, muitas dúvidas a respeito da continuidade e segurança dos medicamentos usados por pacientes com insuficiência cardíaca crônica, que apresentam infecção aguda pelo novo coronavírus. Porém, estudos constataram total segurança científica em prosseguir com as medicações”, esclarece o diretor da Socesp.
A Diretriz de Insuficiência Cardíaca passou por atualização em 2021, não só pela nova realidade da Covid-19, mas por exigir pesquisas constantes em prol da diminuição da mortalidade e da melhora na qualidade de vida das pessoas acometidas pela doença. “Entre as novas conclusões, as drogas do grupo dos inibidores de enzima conversora de angiotensina, dos bloqueadores do receptor da angiotensina, dos inibidores da neprilisina e do receptor de angiotensina, beta-bloqueadores, diuréticos e digoxina – largamente utilizadas, melhorando a qualidade de vida dos pacientes com insuficiência cardíaca – estão liberadas mesmo por quem contraiu o coronavírus, sempre com acompanhamento individual”, relata Félix Ramires.
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