Apurar eventual relação entre a mortandade de abelhas e o uso indevido de agrotóxicos nas áreas rurais do município de Leme é o objetivo de um inquérito civil instaurado em julho pelo promotor de Justiça Rafael de Oliveira Costa. Ao instaurar o procedimento, o membro do Ministério Público estadual cita matéria jornalística publicada em veículo de grande circulação dando conta da morte de 2,5 mil abelhas em Leme no intervalo de uma semana, causando grande prejuízo ambiental e financeiro. O apicultor responsável pelo local suspeita que a mortandade tenha sido consequência do uso de agrotóxico nas plantações da região.
Entre as medidas determinadas no inquérito estão a solicitação, junto à Polícia Militar Ambiental, de informações sobre a mortandade das abelhas e suas possíveis causas. A Promotoria quer que a corporação investigue nas lavouras de cana-de-açúcar da região de Leme outros casos suspeitos de morte de abelhas por contaminação de agrotóxicos.
Já o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deverá informar se existem trabalhos ou providências visando à identificação das causas da mortandade de abelhas naquela região do Estado, bem como ações para solucionar o problema ambiental.
O promotor de Justiça considerou, na instauração do inquérito, que o crescimento da agricultura nos últimos 50 anos ocorreu proporcionalmente ao aumento do uso de agrotóxicos nas lavouras, gerando impactos na saúde humana e no meio ambiente; e que o uso irregular de agrotóxicos pode contribuir para o desaparecimento de abelhas, mesmo que sejam utilizados em baixos níveis de concentração, além de causarem desordem no enxame, levando-as à morte.