Rio Claro entra em estado de alerta por causa da dengue, zika e chikungunya.
Segundo o Ministério da Saúde, a quantidade de larvas do mosquito Aedes aegypti ficou acima do recomendado, e especialistas dizem que o Índice de Densidade Larvária (IDL) é suficiente para criar um possível surto na cidade. Rio Claro chegou a registrar, em 2015, mais de 17,5 mil casos de dengue. Em 2017, o índice diminuiu, registrando 14 casos, 10 de chikungunya e nenhum de zika.
Com o desenvolvimento de polos de industriais de cerâmica, a cidade do interior paulista conta com residentes passíveis a contaminação. O costumeiro aumento nos casos de contaminação, comumente da proximidade do verão, pode colocar em risco a saúde da população. O investimento em ações de combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti está cada vez maior entre empresas privadas que buscam garantir maior qualidade de vida a seus profissionais e comunidades onde atuam.
A adoção de ações de combate a epidemias pela iniciativa privada traz benefícios claros. Especialmente nas cidades onde o surto das doenças chega a níveis alarmantes, como em Rio Claro, em 2015. As empresas podem investir numa ação preventiva importante para a proteção de seus colaboradores e comunidade.
“Nosso estudo aponta que, a cada R$ 1 investido em soluções de combate à dengue, R$ 6 são economizados com a redução de custos diretos e indiretos”, exemplifica o diretor da Ecovec, Luís Felipe Ferreira Barroso. A empresa possui projetos de prevenção e combate a epidemias em mais de 50 cidades no Brasil, como Governador Valadares, Porto Alegre, Santos e Vitória.
Ganhos apurados
Um exemplo de participação do setor privado no combate a epidemias está no município de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. Em 2007, quando estava para iniciar a construção de sua fábrica na cidade, a Fibria se deparou com um desafio: o alto volume de ocorrências de dengue na cidade, sendo registrados mais de 3 mil casos em uma população com pouco mais de 90 mil habitantes.
Maior fabricante de celulose do mundo, a Fibria apostou na tecnologia de monitoramento da Ecovec para auxiliar no controle das ocorrências da dengue durante o período de obras. A cidade conseguiu sair de 3 mil ocorrências para apenas 13 em um ano.
Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, a Fibria financiou 305 armadilhas para captura de mosquitos transmissores e doou ainda três motos para que os agentes de saúde pudessem fazer as rondas de recolhimento dos resultados. “Foi um trabalho extenso, em parceria com a população. Produzimos cartilhas para o público interno e para as escolas municipais, para sensibilizar as crianças e seus pais”, disse o Dr. Ricardo Trevizan Perez, responsável pela área de Saúde da Fibria.
Passados 11 anos, a Fibria e o município ainda mantêm a parceria, com ganhos para a saúde. A partir da parceria, o município realiza o monitoramento e consegue manter as ocorrências em níveis controlados, como explica a diretora de Vigilância em Saúde e Saneamento de Três Lagoas, Geórgia Medeiros de Castro Andrade.
“Infelizmente não há indícios de que a erradicação total do mosquito seja possível em um futuro próximo, então, esse trabalho deve ser permanente. É muito importante que nosso município continue usando essa abordagem, complementando nossas ações do Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)”, disse.
Tecnologia de prevenção
Desenvolvido a partir de pesquisa do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, o MI Aedes é a tecnologia de combate implantada pela Ecovec e premiada internacionalmente. Consiste num conjunto de ferramentas que monitora a população adulta do Aedes aegypti e a presença do vírus circulante da dengue.
O sistema apresenta informações de campo atualizadas em tempo real, formatadas em mapas de infestação e tabelas de incidência – tudo pela internet. Também faz análises de DNA/RNA nos insetos capturados, para saber se estão infectados e com qual sorotipo de dengue, antes do surgimento de uma epidemia.
O monitoramento da população adulta do Aedes aegypti e do vírus circulante da dengue, zika e chikungunya, aliado a um sistema de organização e análise de dados, permite o mapeamento apurado da situação de cada localidade,