Conclamamos pela Vida
Repercutiu em toda imprensa internacional neste momento de pandemia, matéria divulgada no The New York Times em que advogados que defendem a população com Deficiência denunciaram discriminação para atendimento de emergência, com base em deficiências, idade e etnia. A matéria trouxe a informação que “hospitais estão desenvolvendo planejamento para racionar equipamentos devido à demanda e as pessoas com deficiência ficaram no fim da linha, pois, supostamente, respondem de maneira mais lenta ao tratamento. O assunto também repercutiu no Reino Unido. O Daily Star trouxe uma matéria sobre a morte de uma mulher com síndrome de down que estava infectada pelo Coronavírus, além de pessoas com paralisia cerebral e o Transtorno do Espectro Autista (TEA) que estariam sendo abandonadas por causa de protocolos recentes. Ao portal “The Hil”, o Governo Trump “garantiu que pessoas com deficiência terão os mesmos tratamentos de todos cidadãos”.
Em nota pública, o Conade – Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência reforçou que, no nosso país, considerando a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência da ONU, bem como a Lei Brasileira de Inclusão – 13.146/2015, especialmente o art.9°, onde dispõe que “a pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, sobretudo com a finalidade de: I- proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; II- atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento ao público.
Houve manifestação também da Secretaria Nacional da Pessoa com Deficiência e da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, defendendo a defesa dos Direitos da pessoa com Deficiência e se colocando à disposição contra qualquer violação.
Lamentável tudo isso. Imoral, fora do contexto racional de sociedade. Nós, pessoas com deficiência, precisamos nos levantar contra todo e qualquer tipo de discriminação. Nossa vida tem o mesmo valor de todas as pessoas. Temo que este sentimento macabro, inservível, repugnante de “seletividade humana” passe a ser considerado em outros países, e até mesmo no nosso.
Precisamos ficar vigilantes, atentos e, em um primeiro sinal, buscar órgãos de controle social, órgãos de proteção. Lamento e convoco toda a sociedade de bem e seres humanos, “humanos” que compartilhem este repúdio e nos ajude a vigiar, pois somos parte da sociedade e temos direito à vida.
Os Direitos Humanos não podem ser lesados. Você, eu, somos humanos, fomos concebidos da mesma forma. Este é um crime contra a humanidade e órgãos como a Organização Mundial da Saúde deveriam se manifestar. Base conteúdo: Matéria – informações F: Vencer limites: Luiz Alexandre Souza Ventura – Estadão publicado em 31/03/20
Rio Claro – 01/04/2020
Paulo Meyer, Pessoa com Deficiência (cego), Radialista, Assessor dos Direitos da pessoa com Deficiência de Rio Claro