A incidência de incêndios em áreas de florestas, aumentou progressivamente nos últimos anos, tanto em nível nacional quanto mundial. Este fato decorre em partes de processos dinâmicos da própria natureza mas principalmente resultantes de ação antrópica, diretamente ligada ao desmatamento.
Os incêndios florestais ocorrem principalmente por ações humanas como queima para limpeza de terrenos em atividades agrícolas, pastoris ou de forma intencional ao atear fogo em campos, pastagens e margens de vias publicas, trazendo grandes impactos.
Os principais malefícios dos incêndios florestais estão: perdas na biodiversidade local, redução da qualidade e fertilidade do solo, acarretando seu empobrecimento, além disso acarretam: inundações, erosões, alterações no microclima local, redução da qualidade da água, interferência na sucessão vegetal, e danos a vida humana, comprometendo a saúde publica.
As ocorrências poderiam ser evitadas se houvesse um planejamento estruturado de prevenção, onde inclui-se ações de orientação, sensibilização, conscientização ambiental e acima de tudo maior fiscalização em áreas sujeitas a focos de incêndios, construção de aceiros, evitando-se queimadas provenientes de atividades agrícolas, dentre outros fatores.
Atualmente as campanhas acontecem em nível nacional, porém não são suficientes, principalmente em áreas com maior riscos de incêndios, pois a população que moram nas proximidades destes lugares não estão cientes da importância da proteção do patrimônio florestal, sendo necessário ações que evitem e protejam a cobertura vegetal de futuras ocorrências.
O acontecimento de incêndios na Floresta Amazônica em meses anteriores, e que trouxe grande repercussão mundial, nos remete a uma preocupação fortíssima, pois os desequilíbrios neste importante bioma, traz consequências no clima, temperatura e precipitações em diferentes países, sendo de total importância ultrapassar os anseios econômicos e políticos e lembrar que essa área verde é essencial a garantia da sobrevivência humana, vegetal e animal.
A recuperação de uma floresta está ligado as suas características, em algumas formações florestais pode-se levar anos até sua recuperação total, em outras, como o Cerrado, após a passagem do fogo, pode surgir até flores.
Neste sentido tudo é uma questão de adaptação vegetativa e de fatores como: temperatura, umidade do ar, vento, para definir o processo de regeneração.
Portanto devemos deixar como alerta a importância de estruturar um planejamento para prevenção dos incêndios, e tomarmos atitudes concretas no âmbito governamental e da sociedade civil, identificando agentes responsáveis e principais causadores dos incêndios florestais, revendo nosso modelo de consumo e compreendendo os recursos naturais como finitos, caso contrário, os impactos serão ampliados e tão drásticos a vida humana com mínimas possibilidades de reversão.
Autor: Éder Rodrigo Varussa – Educador e Gestor Ambiental, Doutorando em Geografia na UNESP- Campus Rio Claro-SP, área de concentração -Organização do Espaço, Mestre em Geografia na linha de pesquisa Territórios, Mutações Econômicas e Políticas Públicas- UNESP- Rio Claro-SP, Especialista em Gerenciamento Ambiental: Sustentabilidades na área de Ecologia Aplicada pela UNESP, Bacharel em Administração Empresarial.
Foto: Diário do Rio Claro