Ronaldo Lopes de Lima, de 45 anos, acabou baleado e morto após entrar em um estabelecimento na cidade de Cosmópolis e fingir um assalto. Ele foi baleado por um policial à paisana, que comia lanche no local com a família e, segundo seu depoimento, o homem chegou no comércio, se dirigiu até ele e disse que era um assalto, em seguida, circulou pedindo dinheiro.
O militar disse que era policial e ordenou que o mesmo largasse a arma, o que não teria acontecido. Após o fato, amigos declararam que Ronaldo, que era servidor público, sempre fazia este tipo de brincadeira. O caso aconteceu na noite de sábado (28). Segundo registro da Polícia Civil, o homem entrou no local, anunciou o suposto assalto e foi baleado. Um simulacro de arma de fogo foi apreendido.
Uma das vítimas alegou não ter visto a arma com Lima, porém, disse que ele fingiu estar armado. O caso foi registrado como homicídio simples. A arma do policial também foi apreendida.
O caso repercutiu nas redes sociais, alertando para o comportamento e brincadeiras que possam colocar as pessoas em risco. “O cenário brasileiro não permite brincadeira”, observou o presidente da Comissão de Segurança da OAB, Adriano Marchi.
Ele observa que trata-se de um caso isolado, porém, necessário refletir. “Vivemos um momento tenso, multipolarizado e hostil. Na rotina urbana, especialmente no trânsito, temos que redobrar o cuidado e evitar posturas que tenham conotações diversas, especialmente num cenário de tanta violência de um lado, e de ânimo tão exaltado e intolerante de outro.
É difícil tecer comentários sem ter acesso a todo conteúdo, pois a conduta do policial pode ir de legítima defesa (putativa, de terceiro), até homicídio.
Assim como uma outra pessoa armada também poderia ter protagonizado o lamentável fato”, destacou Marchi.
Para o secretário de segurança de Rio Claro, Marco Antonio Bellagamba, “a situação é bem difícil, por um lado, esse tipo de brincadeira não deve ser feita de maneira alguma, por outro, cada situação exige uma intervenção específica, para isso, o treinamento e procedimentos operacionais padrão devem ser incentivados e aplicados. Na Polícia Militar existe o Teste de Aptidão de Tiro embasado no método Girald exercício de tiro para a preservação da vida, exercício esse que estamos nos esforçando para viabilizá-lo na GCM.
Até que isso aconteça a instrução, comentários de ocorrências e trocas de experiência devem ser usados rotineiramente, objetivando evitar situações como essas”, comentou o secretário.