A edição de 2021 do GP de São Paulo de F1 – ou do Brasil, se preferir -, vai ficar na memória. Não apenas pela lotação máxima de Interlagos, mas sobretudo pelo show oferecido por Lewis Hamilton, que terminou a corrida com chave de ouro. Ao superar Max Verstappen e vencer o GP, ele o fez em grande estilo: erguendo – assim como Ayrton Senna – a bandeira do país.
A cena ainda repercute com intensidade: na bandeirada, Hamilton repetiu o ídolo brasileiro, parou junto a um fiscal, pegou a bandeira do Brasil e sacudiu, enquanto o público paulista celebrava junto. E se repetiu no pódio, quando o inglês subiu abraçado com a signa brasileira.
A torcida foi à loucura e o piloto recebeu um carinho da torcida que só é comparável aos maiores ídolos do automobilismo brasileiro – como o próprio Ayrton Senna que ele homenageou, e Emerson Fittipaldi.
As imagens viralizaram rapidamente e emocionaram os fãs de todos os cantos do país.
Lewis Hamilton nunca escondeu o seu laço com Ayrton Senna. Na última quinta-feira (11), quando chegou ao Brasil, o heptacampeão fez uma postagem nas redes sociais falando sobre como o ídolo brasileiro o inspirou a correr na Fórmula 1.
“Minha maior inspiração. Isto era sobre como ele corria, a sua paixão pela vida e pelo esporte. Mas, mais do que tudo, foi a maneira como ele enfrentou sozinho um sistema que nem sempre foi gentil com ele. Que o legado de Ayrton Senna viva para sempre, especialmente de maneira vibrante neste fim de semana”, escreveu Hamilton.
Os brasileiros, em certa medida, naturalizaram Lewis Hamilton e ele absorveu esse apoio. “Eu sou muito grato pelo apoio incrível que eu tive neste fim de semana. Eu não tinha um apoio tão grande assim desde Silverstone. Significa muito para mim este grande apoio vindo deste grande país”, agradeceu.
No pódio, o Patrão posou para fotos segurando a bandeira do Brasil com o companheiro Valtteri Bottas e o engenheiro estrategista da Mercedes, Leonardo Donisete da Silva – que é brasileiro. Ao deixar o local, fez gestos de agradecimento aos torcedores que gritavam “Brasil! Brasil! Brasil!”.
GP do Catar será no fim de semana, com a estreia da etapa em Losail
E depois de um final de semana eletrizante em Interlagos, a Fórmula 1 vai navegar por mares nunca dantes navegados para a reta final da temporada 2021. E o primeiro desafio para os pilotos vem logo após a prova brasileira: o GP do Catar.
Com as mudanças no calendário forçadas pela pandemia, a F1 correrá pela primeira vez no país do Oriente Médio. O Circuito de Losail, localizado próximo da capital Doha, é conhecido por sediar a abertura da temporada da MotoGP há cerca de 15 anos, mas não recebe provas com veículos de quatro rodas há anos.
Essa será a primeira passagem da F1 pelo Catar, antes do início de um acordo de dez anos com o país, válido de 2023 a 2032. Mas, neste acordo, existe a possibilidade da troca de Losail por outro circuito, podendo ser até mesmo uma pista de rua em Doha.
O fator de mistério da pista de Losail deixa o jogo aberto para a disputa entre Mercedes e Red Bull, com uma longa reta que pode favorecer o motor alemão, mas setores intermediários que podem jogar à favor da equipe austríaca.
Com um fuso horário de 6 horas do Brasil para o Catar, as sessões devem acontecer em momentos distintos do dia em Losail: o primeiro e terceiro treinos livres serão realizados a tarde, enquanto TL2, classificação e corrida no início da noite, às 19h horário local.
Por E. Cortez / Foto: Diário do Rio Claro