Única pentacampeã mundial, a Seleção Brasileira sempre foi referência no futebol. Mas na Copa do México, em 1970, encantou o mundo com um futebol primoroso e, no dia 21 de junho daquele ano, em mais uma partida de alto nível, o Brasil venceu a Itália, que também era bicampeã, e conquistou o terceiro título da sua história em Copas do Mundo.
Quando as duas equipes entraram em campo, se esperava um duelo de gigantes, afinal eram duas equipes que já haviam levantado duas vezes cada a taça. Mas a seleção de Zagallo, pela campanha irretocável que havia feito durante os cinco jogos até então, não poderia ter feito diferente do que fez.
Desde o começo, muito por conta do cansaço italiano devido a uma semifinal na prorrogação com a Alemanha Ocidental, o Brasil não deixava espaços, marcando em cima. Logo aos 19 minutos, Rivellino cruzou bola na área e Pelé subiu sozinho, abrindo o marcador para a seleção canarinho.
Mesmo com esse domínio e o futebol mágico brasileiro, do outro lado ainda tinha uma seleção forte, que não poderia ser subestimada e que, aos 37 minutos, chegaram ao empate após roubada de bola e chute de Boninsegna.
O primeiro tempo acabou empatado, mas não tinha jeito, a taça Jules Rimet era para ficar com os brasileiros. Aos 21 minutos, Gérson recebeu na entrada da área e, saindo da marcação, chutou forte no canto do goleiro, colocando o Brasil na frente de novo. Não deu tempo para os italianos reagirem e cinco minutos depois Jairzinho tocou para Pelé que, de cabeça, devolveu para o atleta, que vinha na diagonal, marcando o terceiro gol.
Antes do apito final, mais um gol para coroar uma campanha majestosa: aos 41 minutos, em grande jogada iniciada por Jairzinho, Pelé recebeu e, com calma, viu Carlos Alberto descendo até a linha de fundo. Ele enfiou a bola e o capitão chutou, sem chances para Albertosi.
Campanha
A seleção, que contava com 10 jogadores que atuavam no futebol paulista -cinco do Santos (Carlos Alberto, Joel, Clodoaldo, Pelé e Edu), dois do Palmeiras (Leão e Baldocchi), dois do Corinthians (Ado e Rivellino) e um do São Paulo (Gérson)- teve uma campanha com 100% de aproveitamento: foram seis vitórias em seis jogos, com 19 gols marcados e sete sofridos.
Na primeira fase, no Grupo 3, ao lado de Inglaterra, Romênia e Tchecoslováquia e, compunha o Grupo da Morte, termo inédito até então. Passou em primeiro, vencendo seus três confrontos e, nas quartas de final, enfrentou e venceu o Peru por 4 a 2. Nas semifinais, venceu os uruguaios por 3 a 1, partida que foi considerada uma revanche da final de 1950.
Com o título, o Brasil ficou definitivamente com a taça Jules Rimet, já que foi o primeiro a alcançar o tricampeonato.
FICHA TÉCNICA:
Brasil 4 x 1 Itália
Competição: Copa do Mundo;
Local: Estádio Azteca, na Cidade do México (México);
Público: 107.412 espectadores;
Árbitro: Rudolf Glöckner (Alemanha Oriental);
Assistentes: Rudolf Scheurer (Suíça), Ángel Norberto Coerezza (Argentina);
Cartão Amarelo: Rivellino (Brasil); Burgnich (Itália);
Gols: Pelé, Gérson, Jairzinho e Carlos Alberto (Brasil); Boninsegna (Itália);
Brasil: Félix, Carlos Alberto Torres, Brito, Wilson Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivellino.
Técnico: Mário Jorge Lobo Zagallo.
Itália: Albertosi, Burgnich, Cera, Rosatto e Facchetti; Bertini (Juliano), De Sisti e Mazzola; Domenghini, Bonisegna (Rivera) e Riva.
Técnico: Ferruccio Valcareggi.
Por Letícia Denadai / FPF / Foto: Divulgação