A ginecomastia puberal é o aumento do broto mamário que começa a afetar os garotos entre 10 e 12 anos de idade, atingindo força máxima entre 13 e 15 anos. A doença é percebida pelo aumento do diâmetro da mama e pela mudança de pigmentação da aréola mamária, podendo afetar uma ou as duas mamas. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 30% a 60% dos adolescentes passam por essa mudança.
O que causa a ginecomastia puberal
“Geralmente, é resultado do aumento do estrógeno, hormônio sexual feminino, responsável pelas características físicas das mulheres, inclusive o tamanho dos seios”, diz Luís Maatz, cirurgião plástico, especialista em cirurgia geral e cirurgia plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e especialista em reconstrução mamária pelo Hospital Sírio-Libanês.
A maioria dos casos de ginecomastia puberal tem involução espontânea em até três anos, ou seja, a mama volta ao tamanho normal sem que haja necessidade de intervenção médica. No entanto, se o aumento for considerável e houver repercussões psicossociais importantes, haverá indicação de tratamentos específicos.
“É preciso, primeiramente, buscar a fundo as causas da ginecomastia. Daí a importância de uma rigorosa avaliação do paciente, envolvendo histórico, exames laboratoriais e exames da massa da mama, situada atrás e ao redor da região da aréola. Após os exames e o diagnóstico, é possível concluir qual conduta a ser tomada”, afirma Luís Maatz.
Como é o tratamento
Uma vez detectada a ginecomastia puberal por problemas hormonais, as formas de tratamento envolvem o uso de medicamentos inibidores do receptor de estradiol, que é o hormônio que estimula as glândulas mamárias. Dependendo do tamanho alcançado pela mama, uma cirurgia plástica pode ser indicada. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, qualquer paciente saudável e com mais de 16 anos pode realizar o procedimento.
Segundo Luís Maatz, normalmente, a técnica mais utilizada é a mamoplastia periareolar, que consiste na retirada do excesso de tecido da região, podendo submeter a lipoaspiração, e no reposicionamento dos mamilos e das aréolas na parte mais superior das mamas. É indicada quando há excesso de gordura localizada, excesso de desenvolvimento do tecido glandular ou quando há combinação de ambos.
As cicatrizes são quase imperceptíveis e discretas no contorno das aréolas. No pós-operatório, o paciente deve usar malhas de compressão para reduzir o edema e evitar a formação de líquidos. Também deve evitar, por cerca de 15 dias, atividades que exigem esforço físico.
“A recuperação total depende de cada paciente, mas, geralmente, já é possível retomar vida normal a partir de 6 a 8 semanas, quando os resultados já são visíveis. Vale lembrar que seguir as recomendações do médico à risca acelera o processo de recuperação”, finaliza Luís Maatz.
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