Uma história de vitória e superação. O sábado foi de alegria e agradecimentos para a operadora de produção Ana Carolina Valério, de 29 anos, e toda sua família. Mas os dias anteriores foram difíceis, de incertezas, medo e muitos outros sentimentos. Ana Carolina está grávida e foi diagnosticada com Covid-19, quando estava de 19 semanas de gestação. Um susto para todos, foi necessária a internação. “Foi atendida no PA cinco vezes e na última, o médico achou importante interná-la. Ela tem asma e bronquite. Com o exame de imagem feito no hospital foi visto um comprometimento nos pulmões”, contou a irmã Camila Valério Gerazo ao Diário do Rio Claro.
A internação ocorreu no dia 4 de julho, Ana Carolina chegou a ser intubada e permaneceu no hospital por longos 49 dias. “Para nós familiares foi muito difícil todos esses dias. Era muito triste e o fato de as notícias serem dadas uma vez ao dia nos deixava muito aflitos. A situação foi se agravando, pois primeiro ela foi internada, logo foi transferida para o São Lucas na UTI e em pouco tempo teve que ser intubada. Por vários dias ela esteve em estado grave. Ela foi intubada duas vezes, precisou fazer a traqueostomia”, disse Camila.
Porém todos mantiveram a fé e, hoje, podem contar com alívio o que enfrentaram. A notícia que mais esperavam aconteceu nesse sábado (21) com a alta da mamãe Ana Carolina Valério e, principalmente, pelo bebê – que vai se chamar Gael – não ter sido afetado. “Nunca perdemos a fé, pois com a fé em Deus e todas as orações tínhamos a esperança e até a certeza que ela e o Gael iriam vencer. Desde o início quando foi para UTI mobilizamos uma corrente de oração através das redes sociais e igrejas. Minha irmã foi muito forte, lutou demais por todos esses dias, nosso amor pela vida dela com certeza alcançou a vida dela e fez com que ela voltasse. Consideramos a vida dela e do Gael dois MILAGRES”, salienta a irmã.
Ana Carolina também conversou com a equipe do Diário do Rio Claro logo após receber alta, o sentimento é de gratidão por voltar para casa, rever toda a família e, principalmente, a primeira filha que tem 13 anos, a Ana Julia. A operadora de produção conta a angústia que viveu. “Eu me sentia triste, sozinha, pensava que nunca ia sair daquele lugar. Mas aí pensava na minha família, no meu marido, na minha filha, principalmente, e no Gael que está por vir. Deus primeiramente que me dava força e minha família e graças a Deus eu consegui vir para casa, sou muito grata. Hoje a palavra é essa gratidão”, destacou a gestante que não chegou a tomar a vacina quando o obstetra autorizou, pois ela já estava contaminada.
Em Rio Claro, a vacinação contra a Covid passou a atender todas as gestantes a partir de 18 anos, independente do período gestacional, desde o dia 7 de junho. É necessário apresentar cartão de pré-natal e prescrição médica, autorizando a vacina, além dos documentos obrigatórios para todas as pessoas que forem ser vacinadas, que são: documento de identidade com foto, CPF e comprovante de residência em Rio Claro. A vacina aplicada neste público é a Coronavac/Butantan.
A chefe de divisão da Vigilância Epidemiológica Valeska Canhamero destacou a importância da vacinação. “As gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto) são consideradas grupo de risco para complicações do COVID-19. Através dos estudos, a ANVISA liberou a vacinação da Coronavac em todas as gestantes independente do período gestacional.”
Ao deixar o hospital na manhã desse sábado, a vitória foi comemorada por familiares e equipe médica, com flores e balões. “A equipe cuidou muito bem de mim, só tenho a agradecer, principalmente quando eu estava na UTI, a enfermeira Mari foi uma pessoa que me deu muita força, nunca vou esquecer, vou levar para o resto da minha vida”, concluiu a gestante.
Por Janaina Moro / Foto: Divulgação