Nessa segunda-feira (30), diversos senadores se manifestaram favoráveis a um adiamento das eleições municipais, com a possibilidade de que se realizem junto ao pleito federal, portanto, ganhando força a discussão sobre uma unificação das eleições com vistas a uma economia de gastos.
O líder do PSL, senador Major Olimpio (PSL-SP), defendeu a unificação dos pleitos federais, estaduais e municipais, evitando-se os gastos com as campanhas eleitorais deste ano. A economia esperada, segundo o senador, seria de até R$ 1,5 bilhão, além dos recursos do fundo eleitoral, que não seriam utilizados. Major Olimpio, que chegou a enviar ofício ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo o adiamento das eleições, deve apresentar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) nesse sentido.
Em debate transmitido pelas redes sociais na sexta-feira (27), o senador destacou que o momento pede união. No domingo (29), o senador Elmano Ferrer (Podemos-PI) disse estar reunindo esforços para a viabilização de outra PEC, de sua autoria, também com vistas à realização de eleições gerais em 2022. Por meio de sua assessoria, ele ressaltou a situação de calamidade pública no país, com todas as atenções voltadas para o combate ao coronavírus.
Ele defende que a verba das campanhas eleitorais seja destinada a estados e municípios na luta contra a Covid-19. Em nota publicada na página do TSE na quinta-feira (26), a ministra Rosa Weber esclareceu que o tribunal está acompanhando a evolução diária do cenário de crise nacional. Ela considerou prematuro o debate sobre o adiamento das eleições, mas pontuou que a velocidade da evolução do quadro exige permanente reavaliação das providências.
RIO CLARO
Em entrevista ao Diário do Rio Claro, o prefeito Juninho da Padaria (DEM) voltou a defender o repasse de todo o Fundão Eleitoral para o com bate do coronavírus. Para o prefeito, o adiamento das eleições é uma possibilidade que deve ser pensada, já que o momento agora não é viável para se discutir eleições. “Estamos agora enfrentando este problema de saúde e, depois, teremos a questão da economia e já vem as eleições.
Quem vai ter cabeça para pensar em eleições?”, questionou o prefeito. O presidente do partido Progressistas, Ronald Penteado, também defende o adiamento das eleições, pois, em sua opinião, a prioridade deve ser a vida. “Neste contexto, cabe aos gestores centralizarem esforços financeiros para que as pessoas que sejam confirmadas com o Covid-19 possam ser devidamente atendidas.
O cenário atual que ainda não reflete o ápice da curva da infecção, prevista aqui no Brasil entre abril e maio, demonstra que o processo eleitoral marcado para outubro está se tornando inviável. Por dois aspectos. No inicial, no momento que estamos vivendo é preciso buscar todas as possibilidades de fontes de recursos para fortalecer o sistema de saúde pública. Por isso, é inviável a destinação bilionária do fundo partidário para as siglas.
No segundo momento, a partir de julho/agosto, mesmo com a queda brusca prevista no número de infectados, os gestores públicos terão de ter a responsabilidade de seguir socorrendo empresas e autônomos para que a economia possa, aos poucos, sair da UTI sem que a população tenha de arcar com a maior parte do prejuízo. Por isso, alinho o meu discurso ao do presidente nacional do Progressistas. A prioridade é a vida”, disse ao Diário.
O presidente do partido Democratas, André Godoy, acredita que ainda é muito cedo se discutir este tema. “Além disso, qualquer mudança depende de alteração na Constituição e na legislação eleitoral”, apontou.
Foto: Agência Senado