Ao ler matéria do Jornal Sport da Espanha, se o texto estivesse em português acreditaríamos que seria mais uma história tenebrosa do futebol brasileiro.
No entanto, essa história mostra que a bandidagem não é privilégio do futebol brasileiro e que a Europa também tem seus espertalhões.
Em meio a uma operação que apura atos de corrupção junto à Federação Espanhola de Futebol, envolvendo o ex presidente Luis Rubiales, cerca de 20 membros da Guarda Civil e da Europol, cumpriram buscas e apreensões na sede da Federação.
Segundo apurações, Luis Rubiales foi um verdadeiro desastre no comando da Federação e seu legado não poderia ser mais desastroso.
As buscas na sede da Federação tinham como propósito encontrar e apreender documentos sobre os contratos que tivessem a assinatura de Rubiales, nos últimos seis anos.
Esses documentos foram solicitados pela justiça espanhola, porém os executivos bastante próximos a Rubiales, que continuam na Federação, não os entregaram.
Essa atitude, obrigou a UCO (Unidade Operacional Central) da Guarda Civil a intervir, juntamente com a Europol. Fortes suspeitas de um suposto crime forçaram a ação destas forças especiais.
Segundo o Jornal Sport, essa ação surpreendeu Pedro González Segura (diretor jurídico da Federação) e José Javier Jimenez, também conhecido por “Jota” (diretor de Recursos Humanos) que foram detidos nessa operação. Operação esta que teve início na quarta-feira, 20/03, e deve durar vários dias.
Além de Rubiales, também são investigados Tomás González Cueto, assessor jurídico externo e proprietário do escritório GC Legal, Angel González Segura, irmão do diretor jurídico, e Ramón Caravaca , funcionário do escritório de González Cueto.
E Luis Rubiales só não foi detido ainda, porque se encontra na República Dominicana.
Gerard Piqué é suspeito de envolvimento
De acordo com o Jornal Sport, um dos contratos investigados foi assinado com a empresa Kosmos de Gerard Piqué. Segundo apurações o ex presidente poderia ter lucrado em acordo com a Arábia Saudita para levar a disputa da Supercopa da Espanha para aquele país.
Lá como cá
Notamos que também na Europa a corrupção campeia. Apenas há uma diferença, lá eles vão atrás e punem, sejam quem forem os culpados. Lá, ao que parece, ainda não “politicalhizaram” (de politicalha) a Justiça.
Por Eduardo Sócrates Bergamaschi / Foto: Thomas COEX/AFP