O funcionário público Leo Alves, de 32 anos, também foi um dos selecionados entre os 31 mil candidatos para o programa RenovaBR, porém, ao Diário do Rio Claro disse que, mesmo sendo escolhido, recusou participar. Ele contou que teve interesse em se inscrever, visto que as plataformas de renovação política sempre propagandeiam que seus candidatos passam por testes, provas e um criterioso processo de seleção.
“Decidi me inscrever para conhecer o processo seletivo e as etapas. Fui aprovado em todas as provas, testes, história de vida, vídeo e outros”, contou, justificando também o motivo da recusa. “A plataforma RenovaBR, que surgiu em 2018 buscando novas lideranças para ‘renovação política’, tem como principais financiadores empresários, entre eles Paulo Lemann, empresário bilionário, que também aposta e investe no ramo da educação privada.
Na eleição de 2018, diversos deputados foram eleitos, impulsionados pelo financiamento da plataforma, já que os empresários foram proibidos de financiar candidaturas. Deste modo, encontraram um jeito de manter a influência do poder econômico nas eleições”, justificou o funcionário público.
Em sua avaliação, a proposta não é positiva como pregam. “Essas plataformas de ‘renovação’ trazem o que há de mais velho e corrupto na política: o financiamento e influência direta dos empresários nas decisões políticas, defendendo, assim, os próprios interesses, e ainda infiltrando dentro de diversos partidos; a maior bancada do congresso: a bancada do capital financeiro”, observou.
Leo Alves afirma ainda que se aceitasse a vaga, iria contra o que acredita. “Minha trajetória, meus ideais de defesa dos direitos sociais e de defesa intransigente da educação pública, gratuita e de qualidade, seria uma enorme contradição aceitar tal financiamento e visibilidade oferecidos pela plataforma, por isso torno público minha recusa e crítica a essa plataforma.
Deixo claro que não farei a efetivação da minha matrícula e não aceitarei fazer parte e receber financiamento da plataforma “RenovaBR”, esclareceu.
