O doutorando em Física no ITA Marcelo Lapola conversou com o Diário do Rio Claro e explicou a movimentação de ar que ocorreu durante a explosão no caminhão que estava no pátio do Posto Confiante registrada na noite de quarta-feira (30) e que causou danos em diversos imóveis da região. “Uma explosão forte como essa que aconteceu no posto causa o que os especialistas chamam de detonação. É quando uma alta energia se irradia a partir do local da explosão, viajando em alguns casos, acima da velocidade do som”, explica.
O físico salienta que é uma esfera de energia muito alta que se expande a partir do ponto da explosão e vai comprimindo e acelerando as moléculas de ar ao seu redor, causando uma onda de choque supersônica. “À medida que se expande, essa onda de choque vai se dissipando, nos obstáculos que encontra pela frente, por isso quanto mais perto se está da explosão, mais alta é essa pressão. Daí os vidros dos prédios e casas próximos do posto terem quebrado, entre outros danos, às pessoas e à estrutura do posto.”
Deixando mais claro, o físico observa: “É como uma parede de ar com uma velocidade muito alta colidindo com o que encontra pela frente. Apenas para se ter uma ideia do poder destrutivo de uma bomba atômica, essa onda de choque (deslocamento de ar), não apenas derruba prédios e casas. Ela é tão intensa que arranca os prédios do chão, e para as construções que estão perto da explosão tudo é pulverizado, vira pó instantaneamente”, salientou Lapola.
Por Janaina Moro / Foto: Leitor do Diário do Rio Claro