Um fiscal da Secretaria de Serviços Públicos de Cordeirópolis foi indiciado suspeito de injúria racial contra duas mulheres. O inquérito sobre o caso foi concluído e encaminhado para o Poder Judiciário.
Segundo o relatório final da investigação policial, o suposto crime ocorreu em uma casa no Jardim Cordeiro, no dia 30 de outubro de 2022. No imóvel, uma das vítimas relatou à Guarda Civil Municipal que ela e uma amiga estavam na casa do ex-companheiro do funcionário público, que chegou ao local e exigiu que elas fossem embora, agredindo-as com tapas no rosto. Uma delas também teria levado uma panelada e empurrada contra a parede.
Em meio ao desentendimento, segundo uma das vítimas, ele as teria chamado de “pretas”, “macacas” e “analfabetas”. Ela também afirmou que o fiscal agrediu o ex com um soco no rosto.
O dono da casa onde ocorreu o caso afirmou que o motivo do desentendimento foi que o servidor tinha pedido que baixassem o som, o que não foi obedecido e o teria deixado agressivo. Ele tratou o caso apenas como um mal entendido e disse que todos são amigos.
Já o suspeito afirmou à polícia que após o término do relacionamento com o morador do imóvel, ainda frequenta o local para cuidar dos cães. E que, no dia do desentendimento, ao chegar em casa, além do receio que o som alto perturbasse os animais, flagrou os cachorros trancados em um dos quartos chorando. Ele afirmou que apenas empurrou o trio e depois de ser empurrado, para se defender, após pedir para que reduzissem o volume do som.
O indiciado também relatou que depois do ocorrido passou a receber ameaças do companheiro de uma das mulheres.
A SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) informou que o suspeito possui oito registros policiais por calúnia, omissão na cautela de animais, ameaça, injúria e desacato.
O Diário do Rio Claro entrou em contato com a Prefeitura e, por meio de nota, o Governo Municipal informou que como é um caso que não tem relação direta com o trabalho do funcionário, a Prefeitura somente tomou conhecimento via imprensa.
“Nos casos desse tipo, após os trâmites na delegacia, a Polícia Civil encaminha um expediente à Prefeitura que, somente depois disso, abre processo de sindicância. Como não temos conhecimento do processo, ainda não dá pra adiantar se o caso é de afastamento cautelar ou se ele responderá à sindicância atuando. A Prefeitura reafirma seu compromisso contra qualquer tipo de racismo e injúria racial, mas por outro lado tem que seguir todos os ritos processuais sob pena de nulidade do processo”.
Foto: Baep