Adrenalina, muitos conflitos, amizade e o amor por duas rodas são alguns dos ingredientes que os cinéfilos e os apaixonados pelo universo do motociclismo vão poder conferir no longa-metragem brasileiro “Tração”, filme do diretor André Luís que tem cenas gravadas em diversas cidades do país e uma delas foi Rio Claro.
Um galpão no Centro Logístico Rio Claro, localizado às margens da Rodovia Fausto Santomauro, no bairro Jardim Novo foi transformado em set de filmagens para receber o elenco de peso como André Luís, André Ramiro, Bruna Altieri, Duda Nagle, Fiuk, Marcos Pasquim, Maurício Meirelles, Natália Curvelo, Nelson Freitas e Paola Rodrigues. As gravações foram feitas na quarta (12) e quinta-feira (13) e o Diário do Rio Claro acompanhou os bastidores.
Aos poucos, o espaço foi transformado pela equipe para uma das cenas mais importantes do filme. “Eu pesquisei vários galpões na região de Campinas, no estado de São Paulo e quando encontrei a foto na internet entrei em contato com o Belmir que é o proprietário do Centro, fizemos uma visita técnica e ficamos apaixonados pelo lugar. Essa cena não posso falar muito, mas é o planejamento de algo que vai ser realizado no filme, então a gente vai estar com o elenco completo que é o grupo principal que acaba caindo numa cilada e tem que dar um jeito de sair dela”, conta o diretor André Luís que também atua no filme. “Eu sou ator, então costumo dizer que sou ator por formação, diretor por experiência e produtor por necessidade, porque fazer cinema no Brasil é muito difícil. Eu faço um dos personagens que é do núcleo principal, é o antagonista de um dos protagonistas que é o Marcos Pasquim”, explica.
E não pense que é fácil se desdobrar nesses dois papéis. “É muito difícil você trabalhar dirigindo o projeto e atuando também, eu sempre fico muito preocupado com o trabalho de ator, porque o do diretor é muito pragmático, técnico, é tudo muito organizado antes de entrar em cena, agora, o de ator não, você precisa se entregar, desligar de tudo isso, dessa parte de produção de set e absorver o personagem”, salienta.
Mas tem um quesito principal que o levou a entrar em cena neste que é o seu terceiro longa-metragem. André Luís que foi piloto por muitos anos brinca em suas redes sociais ao dizer. “Tive que fazer cinema pra aparecer nas revistas de Motociclismo. Espero não ter que fazer outra coisa para aparecer nas revistas de cinema”, pode se dizer que não, visto que o filme é o primeiro de ação sobre duas rodas da América Latina. “Eu tenho um objetivo pessoal muito latente com este filme, eu fui piloto de Motocross na década de 90 e ‘Tração’ explora um pouco o cotidiano desses pilotos. Estou de certa forma resgatando esse universo, como eu conheço esse mundo eu vi um potencial comercial, hoje temos 30 milhões de motociclistas no Brasil, então só esse pessoal que ama moto, que tem moto e que usa como meio de transporte for prestigiar nosso filme a gente já tem um sucesso garantido. Mas antes de tudo é mostrar o que é ser um piloto, o que é ter uma moto, o que o motociclista sente e essa paixão está no filme, inclusive o título Tração não é só o que toca o chão e traciona é o que traciona esses personagens também”, revela sobre o enredo que conta com um grupo de pilotos que vai participar de uma competição de revezamento incluindo diversas modalidades, o “Motoathlon”.
O ator Marcos Pasquim que interpreta Ajax, se segurou para não revelar muito do seu personagem ao Diário do Rio Claro, mas adianta que muitos embates envolvem o motociclista, além de ação, ele vive um drama. “Ele é o chefe da equipe de motociclistas que acaba caindo em uma cilada, mas é um cara muito sofrido, perdeu a mulher, é viúvo, tem a filha que quer correr e ele não deixa. Tudo para ele é muito difícil, os amigos acham que a filha pilota muito, mas ele não quer deixar pelo fato de ter perdido a mulher. Mas como eles caem nessa cilada, se eu começar a contar tudo vou começar a dar spoiler aqui, eles caem nessa cilada vão ter que resolver um outro problema que precisam da ajuda da filha, mas eu não sei se ele deixa”, brinca ao ter que parar de dar detalhes.
Nos bastidores a descontração é garantida por todo elenco, algo que fica mais evidente ainda com a presença do comediante Maurício Meireles. “Temos que esperar a pandemia acabar, porque faz seis anos que estamos gravando esse filme (risos), por causa da pandemia a gente precisou parar, mas eu posso falar que o clima que temos nos bastidores faz o filme render, porque a gente vai com muito amor fazer. Meu personagem o Manoel faz parte da equipe, muito carinhoso, tem muita zoeira, muita piada sarcástica”, conta meio a brincadeiras ao lado do ator André Ramiro que interpreta o Max. “O Max é um cara mais zen, para mim é o paizão da equipe, está sempre promovendo a união de todos, costurando as relações e é um grande motociclista, todos são”, acrescenta Ramiro.
O universo feminino também tem presença relevante no filme que começou a ser gravado em 2020 e precisou se paralisado devido à pandemia e ainda não tem data prevista para o lançamento, mas o diretor ressalta que já conta com quase 70% de gravação.
Por Janaina Moro: Divulgação