Julho já chegou, ultrapassamos a metade do ano, estamos no mês sete. As festas juninas se foram, e o inverno ainda nem chegou para valer, apesar de já ter começado no dia 21 de junho, o solstício de inverno. O mês começou com um fenômeno astronômico de muita importância histórica/científica, o eclipse total do Sol (com totalidade no Pacífico, Chile e Argentina), mas que no Brasil foi parcial.
Aqui em Rio Claro, consegui fazer o registro do eclipse às 17:14 UTC -3, no telescópio refletor newtoniano de 180 mm de abertura e filtro solar acoplado, juntamente com o Prof. Dirceu Nardone, em que a Lua em sua fase nova, passando na frente do disco solar, obscureceu cerca de 30%, como o tempo estava com instabilidade no horizonte oeste, a foto saiu nublada, ficou bem interessante.
A internet no dia 2 de julho, ficou forrada de notícias sobre o fenômeno, demostrando o quanto a sociedade aprecia e quer aprender sobre. Mas, muitas concepções alternativas, e pseudociência, ainda enfatizam as pessoas. As informações estão aí, a todo momento, mas devemos saber diferenciar o que é bom, e o que não serve para nada. É incrível que, mesmo nos dias atuais, em que todos se beneficiam da tecnologia no dia a dia, graças às grandes descobertas nos moldes da metodologia científica, a pseudociência ainda tem grande destaque e chama a atenção.
No dia 4 de julho, a Terra atinge o ponto mais distante do Sol, em sua revolução, o afélio. A Terra tem uma média de distância do Sol de 1 u.a. (unidade astronômica), que corresponde a 150 milhões de km, é nesse momento do afélio (ponto mais afastado), que nosso planeta atinge 152,1 milhões de km de distância da nossa estrela. A órbita da Terra em torno do Sol é uma elipse, com excentricidade baixa, quase uma circunferência, no valor de 0,0167.
Dia 9, teremos a primeira quadratura da Lua, às 10:55 UT, e às 17:00 o gigante gasoso Saturno estará em oposição, sendo o melhor momento do ano para sua observação, e magnificação dos seus anéis. Saturno nascerá às 18:00 UTC -3, na constelação de Sagitário, ficando a noite toda na abóbada celeste. No dia 16, acontecem três fenômenos: Lua no plenilúnio às 21:38 UT; Lua em conjunção com Saturno; eclipse parcial da Lua. Neste dia, ela já nascerá no horizonte leste eclipsada.
Observem que todos os fenômenos do dia 16 envolvem o nosso satélite natural, o povo da pseudociência vai ter trabalho nesse dia! No dia 21, teremos Mercúrio em conjunção inferior, às 12:00 UT, que, a partir dessa data, ele passa a ser observado matutinamente.
Dia 25, é o último quarto da Lua, às 1:19 UT. Julho será repleto de fenômenos, vamos ficar atentos. No dia do eclipse parcial, a partir das 18:00 UTC -3, estaremos com os telescópios esperando a Lua nascer eclipsada na pista da Estação Saúde, Aeroclube de Rio Claro.
Os valores UT são referentes à Universal Time. Para a localização do observador topocêntrico, é necessário levar em consideração seu fuso, no nosso caso de estarmos em -3 (Rio Claro/SP), temos que tirar 3 horas.